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O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, manifestou apoio à Rússia perante as ameaças de Ocidente e criticou a falta de compreensão da Europa e dos EUA face ao que custou aos russos reconquistar cada palmo do seu território.
"A Rússia conta com todo o apoio da República Bolivariana de Venezuela na luta que está dando para dissipar as ameaças da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e do mundo ocidental. A Rússia conta com todo o apoio para dissipar todas as ameaças e para que continue a ser um território de paz", disse.
Maduro falava em Caracas, durante a assinatura de um Memorando de Intenções para Reforçar a Cooperação Bilateral entre ambos países, no qual participou o vice-primeiro-ministro da Rússia, Yuri Ivanovich Borisov.
O político lembrou o "quanto custou a paz na Rússia", afirmando que foram "20 milhões de mortos contra o exército nazi".
"E parece que a Europa e o imperialismo norte-americano não entendem que cada palmo do território russo, da grande Federação Russa, foi reconquistado ao exército nazi", disse Maduro.
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Frisou ainda que "isso não se esquece, está nos genes da juventude russa" e que por isso o Presidente Vladimir Putin "sabe que pode contar com o povo bolivariano e revolucionário de Venezuela".
"No final, a diplomacia de paz é a que triunfará", sublinhou.
Maduro começou por explicar que ambas delegações analisaram o mapa geopolítico mundial e o estado da cooperação bilateral.
"Abordámos com detalhe a cooperação comercial, energética, financeira, no campo da saúde, da ciência, inovação, da cultura, da defesa militar e posso dizer que as relações entre a Rússia e a Venezuela cada vez adquirem maior nível estratégico, maior qualidade e profundidade no seu resultado e maior fortaleza histórica", disse.
Segundo Maduro, Caracas e Moscovo construíram "o mapa de cooperação para continuar caminhando juntos, unidos".
O Presidente venezuelano frisou ainda que passaram também revista "à poderosa cooperação militar", ratificando "o caminho de uma poderosa cooperação militar entre a Rússia e a Venezuela, para a defesa da paz, da soberania, da integridade territorial".
"Vamos aumentar todos os planos de preparação, de treino e operação, com uma potência militar do mundo, como é Rússia", sublinhou.
Por outro lado, explicou que há uma boa conexão aérea entre ambos países e que "à Venezuela chegaram mais de 15 mil turistas russos nos últimos dois meses".
Durante o ato, o ministro venezuelano de Petróleo e vice-ministro de Economia, Tarek El Aissami, explicou que o intercâmbio comercial entre ambas as nações aumentou 50% em 2021, em relação ao ano anterior.
"Temos mais de 20 âmbitos de cooperação e trabalho entre eles as que destacam a energética, financeira, técnico-militar, saúde, transporte, ciência e tecnologia", disse Tarrek El Aissami, que agradeceu o apoio da Rússia na recuperação da indústria petrolífera e no o envio das vacinas anticovid-19 Sputnik V.
A assinatura do Memorando de Entendimento a Venezuela e a Rússia tem lugar numa altura de tensão extrema entre Washington e Moscovo em torno de uma possível ofensiva militar russa na Ucrânia.
A 13 de janeiro de 2022, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Riabkov, disse à televisão RTVI TV, que "não confirma nem exclui" a possibilidade de a Rússia enviar equipamentos militares para Cuba e Venezuela no caso de falhanço das conversações e de um aumento da pressão dos EUA sobre a Rússia, indicou a agência noticiosa Associated Press (AP).
Riabkov, que conduziu a delegação russa nas recentes conversações com os EUA em Genebra, notou que "tudo depende da ação" norte-americana, assinalando que o Presidente russo, Vladimir Putin, já avisou que Moscovo pode adotar medidas técnico-militares caso Washington provoque o Kremlin e acentue a sua pressão militar.
A 14 de janeiro, os EUA garantiram que vão responder "decisivamente", caso a Rússia movimente equipamentos militares para Cuba e Venezuela.
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