"Terror nuclear" na maior central da Europa, reatores ilesos após ataque russo e outros destaques TSF

O diretor da Agência Internacional de Energia Atómica, Rafael Mariano Grossi, avançou que o bombardeamento russo à central nuclear de Zaporizhzhia atingiu apenas o "edifício adjacente", tendo sido registados dois feridos.

Ao nono dia de conflito entre a Rússia e a Ucrânia, as tropas russas atacaram a maior central nuclear da Europa, em Zaporizhzhia. O Presidente da Ucrânia acusou Moscovo de recorrer ao "terror nuclear" e de "querer repetir" a catástrofe de Chernobyl. Para Volodymyr Zelensky, "apenas uma ação europeia imediata pode travar as tropas russas". Os bombeiros ucranianos conseguiram extinguir o incêndio nas instalações da central nuclear. Mais de 40 bombeiros e 11 veículos estiveram envolvidos na operação. Depois do bombardeamento à central nuclear, as tropas russas tomaram o local.

O diretor da Agência Internacional de Energia Atómica, Rafael Mariano Grossi, revelou que nenhum reator foi afetado pelo ataque russo à central nuclear de Zaporizhzhia e confirmou o registo de dois feridos. Apenas foi atingido o "edifício adjacente" da central, disse Grossi, adiantando que a situação "continua a ser extremamente tensa".

O secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, afirmou, em Bruxelas, que a NATO vai defender "cada centímetro" do território dos aliados, em caso de ataque. "Somos uma aliança defensiva. Não buscamos nenhum conflito. Mas se o conflito chegar até nós, estamos prontos para isso e defenderemos cada centímetro do território da NATO", referiu.

Já o primeiro-ministro britânico acusou o Presidente russo de "ameaçar diretamente a segurança de toda a Europa", na sequência do bombardeamento de uma central nuclear pelas forças russas na Ucrânia. Boris Johnson prometeu convocar uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU "nas próximas horas".

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, deplorou, em Bruxelas, a contínua agressão militar da Rússia à Ucrânia e o ataque à central nuclear, comentando que tal demonstra o "desrespeito pelas regras mínimas". O chefe da diplomacia portuguesa espera que na reunião desta sexta-feira do Conselho do Atlântico Norte haja uma "concertação de posições entre os 30 aliados" e "firmeza na capacidade de dissuasão e postura defensiva" da Aliança.

Também em destaque está o porto de Sines que, pelas 15h00, vai receber, vindo do porto russo de Sabetta, o navio tanque de gás natural liquefeito (GNL), o navio de bandeira de Hong Kong, Vladimir Vize. O navio saiu de Sabetta, no norte da Rússia, no dia 23 de fevereiro.

Em Lviv, a resistência ao invasor russo também se faz nas ondas da rádio. Nem a guerra conseguiu calar a voz da rádio Galiza. Apesar do receio assumido de que um bombardeamento russo possa deixar a rádio em silêncio, por agora, a emissão continua no ar nos 89.7 do FM. Como testemunhou o enviado especial da TSF à Ucrânia, Pedro Cruz, isso é encarado como um sinal de que, por enquanto, ainda está tudo bem em Lviv.

A reportagem da TSF em Lviv também visitou o centro de veteranos de guerra. Aqui, a enfermeira Olga explica como tratar de feridas. Há réplicas, em borracha, de orelhas, nariz, mãos, pés braços e pernas.

Recomendadas

Outros Conteúdos GMG

Patrocinado

Apoio de