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Pessoas que são vacinadas com fármacos diferentes na primeira e na segunda dose têm mais probabilidade de apresentar efeitos secundários à vacina contra a Covid-19. A conclusão é de um novo estudo conduzido pela Universidade de Oxford.
Iniciada em fevereiro, a investigação pretendia averiguar se o uso de uma segunda dose de uma vacina de uma farmacêutica diferente poderia aumentar a duração da imunidade e garantir melhor proteção contra novas variantes do coronavírus e se, por falta de fornecimento, os clínicos poderiam alterar a vacina administrada na segunda dose sem qualquer problema. Mas os resultados surpreendentes surgiram ao nível dos efeitos secundários que esta mistura de fármacos provocou nos 839 voluntários, com mais de 50 anos, que participaram no estudo.
"É uma descoberta realmente intrigante e de que não estávamos necessariamente à espera", revela Matthew Snape, investigador responsável pelo estudo, em declarações à BBC News.
Os resultados completos só deverão ser publicados no próximo mês de junho, mas os dados preliminares foram já revelados na revista científica The Lancet e mostram que sintomas como febre, arrepios e dores foram registados com maior frequência quando foram combinadas doses de vacinas diferentes numa só pessoa.
O estudo mostra que 10% dos voluntários que receberam duas doses da vacina da AstraZeneca, com quatro semanas de intervalo, apresentaram sintomas febris. Mas naqueles que tomaram uma dose da AstraZeneca e outra dose da Pfizer o registo foi bem maior: 34% dos voluntários tiveram febre.
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"As mesmas diferenças aplicam-se para outros sintomas como arrepios, fadiga, dores de cabeça e de músculos", adiantou Matthew Snape.
Os sintomas duram pouco tempo e não são motivo de preocupação, assegura, apesar de tudo, o estudo.
Em abril, a investigação foi alargada a mais 1050 voluntários, estando agora a ser testada a combinação das vacinas da Moderna e Novavax, além da AstraZeneca e da Pfizer
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