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O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, utilizou esta quinta-feira pela primeira vez o termo "genocídio" para descrever a invasão russa da Ucrânia, seguindo o mesmo caminho do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que usou a mesma palavra na terça-feira.
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"Podemos falar cada vez mais sobre genocídio", disse à imprensa o governante, na província do Quebeque, depois de ter sido questionado sobre a intervenção de Joe Biden.
O líder canadiano, que até ao momento se recusou a usar o termo, prosseguiu: Vimos esse desejo de atacar os civis, de usar a violência sexual como arma de guerra. É totalmente inaceitável".
Justin Trudeau também lembrou que polícia canadiana foi enviada à Ucrânia para investigar e que o Canadá foi "um dos primeiros países" a abrir um processo no Tribunal Penal Internacional (TPI) para "garantir que Putin seja responsabilizado pelos seus atos, pelos seus crimes de guerra".
Na terça-feira, Joe Biden acusou o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, de estar a cometer um "genocídio" na Ucrânia, termo utilizado anteriormente pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, mas nunca pelo Governo norte-americano.
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"É cada vez mais claro que Putin está simplesmente a tentar apagar a própria ideia de ser ucraniano", disse Joe Biden.
Se "os advogados, a nível internacional" vão decidir sobre a qualificação de genocídio, "para mim, é evidente", atentou.
Volodymyr Zelensky elogiou as "verdadeiras palavras de um verdadeiro líder", porque "chamar as coisas pelo nome é essencial se opor ao mal".
Pelo contrário, o Kremlin considerou hoje "inaceitável" que o Presidente dos Estados Unidos acuse o seu homólogo russo de "genocídio" em território ucraniano.
Também questionado sobre a "escalada de palavras" sobre o conflito russo-ucraniano, o Presidente francês, Emmanuel Macron, não quis usar o termo.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 4,5 milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.