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Na década de 1980, o primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva visitou os Estados Unidos, e levou na comitiva, o então assessor diplomático Martins da Cruz.
Na TSF, o embaixador que seria mais tarde, ministro dos Negócios Estrangeiros, recorda essa viagem, onde conheceu o então coronel Colin Powell, à época adjunto do conselheiro de segurança nacional de Ronald Reagan.
Trocaram contactos telefónicos, para conversas futuras, e voltariam a conversar com papéis distintos, já neste século.
À TSF, Martins da Cruz, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, conta a relação que teve com Colin Powell.
Colin Powell, já tinha deixado a vida militar, e assumido o lugar de Secretário de Estado, ou seja, chefe da diplomacia americana, e Martins da Cruz, era o Ministro dos Negócios Estrangeiros, no governo de Durão Barroso.
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Novamente em Washington, Martins da Cruz lembra um encontro numa reunião da Organização dos Estados Americanos, em que o ministro português era o único europeu presente.
A reunião foi sobre a Venezuela, e Martins da Cruz recorda na TSF, que depois do encontro, Colin Powell pediu ao ministro português para continuar a conversa só a dois, no Departamento de Estado.
O diplomata português recorda que Colin Powell "parecia gostar de ouvir as perspetivas do outros, sobre diversos assuntos", e que falou longamente, não apenas sobre a Venezuela, mas também "sobre os interesses estratégicos de Portugal, no continente africano".

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O engano
Martins da Cruz era ministro dos negócios estrangeiros quando Portugal acolheu a Cimeira das Lajes, e Colin Powell foi às Nações Unidas mostrar provas que segundo a América, justificavam uma nova invasão do Iraque de Saddam Hussein.
Mas o embaixador lembra que Powell foi o único dos políticos americanos, que mais tarde pediu desculpa por ter sido portador de uma mentira.
"Foi ele engano, e formos nós. Todos fomos enganados", explica Martins da Cruz, para quem esse erro, não deve manchar um bom mandato como Secretário de Estado.
Os encontros entre os dois continuariam depois da política.
Martins da Cruz foi consultor de várias empresas multinacionais, e encontrou-se com o então administrador empresarial.
O antigo ministro português guarda boas memórias da relação entre os dois.