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O secretário de Estado norte-americano assumiu, esta quarta-feira, o compromisso de fornecer mais mísseis à Ucrânia. Anthony Blinken revela que, em breve, por cada tanque russo haverá dez armas antitanque. Em entrevista à TSF, o historiador da Academia Militar António José Telo considera que este objetivo será fácil de atingir, já que a Ucrânia tem ao seu dispor "armas leves" e em grande quantidade.
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Além desse facto, o especialista afirma que, enquanto "um tanque pesa 60 toneladas, é muito caro e difícil de movimentar", o míssil antiaéreo "leva-se aos ombros, pesa 20 quilos e é relativamente fácil de utilizar".
Uma dessas armas é do tipo Javelin, que conseguem destruir facilmente tanques. "É o chamado dispara e esquece, são mísseis ideais, têm um alcance de mais de quatro quilómetros. São ideias para zonas como a da Ucrânia, sem vegetação, com boa visibilidade, que se disparam imediatamente o atirador sai dali. Ele dirige-se para o alvo sozinho, não é preciso mais intervenções", explica.
"São armas ideias, mas têm limitações", afirma António José Telo
Perante o pedido recorrente do Presidente da Ucrânia, para o ocidente enviar mais mísseis e armamento pesado, António José Telo afirma que a Ucrânia neste momento não conseguiria operar e pôr a funcionar armas pesadas.
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"As armas pesadas não se aplicam ao tipo de guerra que a Ucrânia faz", afirma. António José Telo explica que são tipo de armas que precisam de "sistemas de apoio à volta, que são alvos tentadores". Neste caso, não é o momento, já que a Ucrânia não está numa tendência vencedora, nem controla os céus.
O historiador defende que as armas pesadas não se adequam a este tipo de guerra
António José Telo explica que estas armas podem ser eficazes quando a Ucrânia precisar de atacar. Por agora, o mais importante seria a utilização de drones.
"São drones inteligentes, que quando lançados pairam na zona de combate e quando veem um alvo tentador, eles automaticamente descem sobre o alvo e conduzidos à distância. São armas ligeiras, fáceis de transportar e de usar, sem muitos meios à volta", explica.
Já esta quarta-feira, o porta-voz do Pentágono revelou que chegaram, no início da semana, cem drones antitanques, prometidos recentemente pelo presidente dos Estados Unidos.
John Kirby alertava que os ucranianos iriam precisar de formação militar para operar esta tecnologia, mas que não seria de difícil uso.
O porta-voz afirmou que os militares ucranianos, que se encontravam nos EUA ainda antes do início da invasão russa da Ucrânia, já estavam a receber formação sobre o uso destes drones.