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O Himantolophus sagamius (conhecido vulgarmente como peixe-futebol do Pacífico) vive nas zonas mais escuras e escondidas das profundezas do oceano, por isso é extremamente raro conseguir pôr o olho em algum. E foi isso mesmo que aconteceu em Newport Beach, no estado norte-americano da Califórnia.
O animal apareceu na praia, algo que raramente acontece, e foi encontrado por um banhista, que, em declarações citadas pelo jornal The Guardian, afirmou ter percebido logo que se tratava de "algo pouco comum", porque "nunca tinha visto um peixe assim", embora não tivesse bem noção da dimensão da descoberta que fizera. É que, além de quase nunca ser visto, este exemplar encontrava-se conservado em perfeitas condições, algo ainda mais raro.
Os especialistas estão agora satisfeitos por poderem estudar este exemplar da espécie, tão difícil de encontrar. Segundo o The Guardian, o Museu de História Natural de Los Angeles só tem outros três espécimes idênticos, mas nenhum deles conservado em tão bom estado.
A primeira vez que o Homem encontrou um peixe-futebol do Pacífico terá sido em 1885, quando um apareceu na Gronelândia, e a maior parte do conhecimento científico que tem sido possível reunir sobre esta espécie tem sido precisamente através dos animais que muito raramente dão à costa mortos. Só recentemente é que os cientistas conseguiram realizar expedições às profundezas do mar que permitiram observar o Himantolophus sagamius no seu habitat natural.
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A espécie tornou-se mundialmente reconhecida depois de ter aparecido no popular filme da Pixar "À Procura de Nemo" (quem não se lembra daquele peixe assustador de que Marlin e Dory têm de fugir?). Tal como representado no filme, o peixe-futebol aproveita-se da sua "lâmpada" bioluminescente para atrair alimento, como outros peixes, lulas e crustáceos.
Outra característica particular desta espécie é o facto de os machos serem "parasitas sexuais". São muito menores em tamanho do que as fêmeas e fundem-se com estas, perdendo todos os seus órgãos, à exceção dos testículos, através dos quais fornecem à fêmea esperma, em troca de nutrição.
Foi em Portugal, no arquipélago dos Açores, em 2016, que os cientistas puderam observar, pela primeira vez, um par de peixes-futebol a reproduzir-se. As imagens gravadas pelos investigadores mostram como o macho é "absorvido" pela fêmea.