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Os Presidentes russo e chinês estarão nesta sexta-feira juntos na capital chinesa para assistir à abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, mas a ocasião será igualmente aproveitada para Pequim e Moscovo sublinharem uma "visão comum" sobre a segurança internacional.
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Esta indicação foi dada na quarta-feira por um conselheiro diplomático do Presidente russo, Vladimir Putin, a propósito do encontro agendado com o chefe de Estado chinês, Xi Jinping.
"Foi preparada uma declaração comum sobre a entrada das relações internacionais numa nova era", indicou na altura Iuri Ochakov.
"Aí será revelada a visão comum da Rússia e da China (...) em particular sobre questões de segurança", reforçou o representante do Kremlin (Presidência russa).
Putin será o principal líder estrangeiro a comparecer na abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, ilustrando a aproximação entre as duas potências, num período de tensões com os Estados Unidos da América (EUA) e num clima de boicote político e diplomático internacional à competição desportiva em nome da defesa dos direitos humanos, em particular das minorias étnicas na região chinesa de Xinjiang.
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Xi Jinping não se reúne presencialmente com um líder estrangeiro há quase dois anos devido à pandemia da Covid-19.
A deslocação de Putin à China acontece numa altura em que as tensões estão no seu ponto mais exacerbado com os ocidentais, que o acusam de preparar um ataque militar contra a Ucrânia.
A Rússia, que desmente qualquer projeto de invasão, exige garantias de segurança, em particular a promessa de que a Ucrânia nunca seja integrada na NATO e que a Aliança retire as suas forças para as posições de 1997.
"A China apoia as exigências russas sobre garantias de segurança", assegurou, também na quarta-feira, Iuri Ochakov, ao considerar que "Moscovo e Pequim possuem o mesmo entendimento da necessidade em garantir uma ordem mundial mais justa".
A assinatura de diversos acordos durante esta visita de Putin à China, incluindo no domínio estratégico do gás, está igualmente prevista, segundo a mesma fonte.
O Presidente russo é acompanhado nesta visita pelo ministro da Energia, Nikolai Chulguinov, pelo chefe do gigante petrolífero Rosneft, e ainda pelo chefe da diplomacia, Serguei Lavrov.
A China, com posições próximas da Rússia no atual contexto, apelou no final de janeiro para que as "razoáveis preocupações" de Moscovo relacionadas com a sua segurança "sejam levadas a sério", e encontrada uma "solução".
Ao longo dos últimos anos, os dois líderes já se reuniram quase 30 vezes e tornaram-se "grandes amigos", segundo relatou o próprio Xi Jinping.
Frequentemente, China e Rússia realizam em conjunto exercícios militares, incluindo no Báltico e mar da Arábia, e programas de exploração espacial. A Rússia partilhou também com a China alguma da sua tecnologia militar mais avançada.