"Uma só voz." MNE alemã cita Mariza para elogiar e reforçar unidade europeia

Annalena Baerbock elogiou os "maravilhosos" faróis de Portugal, país em que "aprendeu a andar" e que está "no coração da Europa".

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, pediu esta quarta-feira que a Europa continue unida para superar desafios como aconteceu nos últimos anos e mostrou, por exemplo, no apoio à Ucrânia.

Em Lisboa, Annalena Baerbock citou uma canção da cantora portuguesa Marisa para pedir que a União Europeia fale a "uma só voz", sublinhando, ao longo do discurso no Seminário Diplomático 2023, que esta é a mensagem para este novo ano.

"Este Ano Novo também é pessoalmente muito especial para mim. Porque, aqui em Portugal, com a idade de um ano e meio, aprendi a andar, porque os meus pais trouxeram-me diretamente para o vosso belo país logo após a Revolução dos Cravos", revelou a diplomata, sublinhando que voltar a território nacional é "sempre muito especial".

Elogiando os "maravilhosos faróis" portugueses, como "em Sagres ou no Cabo da Roca", Baerbock explicou que, para "alguns dos colegas alemães" presentes no encontro, "estes são os locais mais ocidentais do nosso continente, as pessoas chamam-lhe fim da Europa".

"Mas todos sabemos que Portugal está mesmo no coração da Europa. Não creio que a maravilhosa cantora Mariza estivesse a pensar na União Europeia quando escreveu o seu fado "A Nossa Voz", introduziu, antes de citar a fadista portuguesa.

"Esta voz em que ela está a pensar, pode muito bem ser a nossa voz europeia. Ela canta: "De um, seremos mil corações, e de mil uma única voz". Em português, e espero tê-la pronunciado corretamente: "Uma só voz", referiu, para assinalar que no último ano foi necessária "esta unidade, esta voz unida como nunca" e que isso ficou demonstrado no apoio à Ucrânia contra a invasão russa, onde destacou o papel de Portugal.

Um dos países mais distantes da Ucrânia, disse, "mostrou que solidariedade não tem a ver com a proximidade", mas sim com a escolha entre a justiça e a falta dela e que a neutralidade não é a opção.

A chefe de diplomacia sublinhou ainda, perante a plateia de diplomatas portugueses, que a União Europeia não pode "ter decisões bloqueadas por razões internas" e defendeu que em algumas áreas deve valer o voto da maioria, referindo especificamente, áreas como sanções e alterações climáticas.

Sobre este tema centrou a parte final da sua intervenção, dizendo que este é o grande desafio que o mundo e a Europa enfrentam.

Elogiou o papel de Portugal no desenvolvimento das energias renováveis e o recente acordo, com Espanha e França, para o desenvolvimento do projeto de produção e transporte de hidrogénio verde.

"Fazer da Europa o primeiro continente neutro em termos climáticos é muito e cada vez mais importante", defendeu.

A reunião anual dos embaixadores de Portugal no estrangeiro volta a realizar-se este ano em Lisboa, hoje e quinta-feira, após dois cancelamentos devido à pandemia, e tem este ano como oradora principal a ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock.

O Seminário Diplomático é, uma reunião anual de embaixadores de Portugal para debater prioridades da política externa com membros do Governo, empresários e académicos.

O seminário é também ocasião para a entrega do prémio diplomata económico do ano, atribuído pela Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) desde 2013, o que vai acontecer neste primeiro dia de trabalhos, que encerra com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O prémio distingue o chefe de missão diplomática que se tenha destacado, no ano anterior, na defesa e apoio à internacionalização de empresas e na captação do investimento estrangeiro, contribuindo para o crescimento da economia portuguesa.

O galardoado, segundo fonte do MNE, é Francisco Ribeiro de Menezes, embaixador em Berlim.

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