UNICEF cria salas para que crianças que fogem da guerra possam brincar
Guerra na Ucrânia

UNICEF cria salas para que crianças que fogem da guerra possam brincar

É uma das estratégias para acolher as crianças que saem da Ucrânia. Joe English, o porta-voz da UNICEF em Lviv, na Ucrânia, diz à TSF que a melhor maneira de proteger as crianças é acabar com a guerra.

Têm surgido informações sobre pessoas ou grupos que tentam aproveitar-se de mulheres e crianças em situação de maior fragilidade. A UNICEF tem números sobre estas crianças que viajam sozinhas dentro da Ucrânia e a atravessar as fronteiras.

Mais de dois milhões e oitocentas mil pessoas abandonaram a fronteira e metade são crianças.

Ou seja, um milhão e quatrocentas mil pessoas.

E quando vemos este número crescente de pessoas a atravessar a fronteira, haverá sempre quem esteja numa situação de maior fragilidade a exploração, abuso, rapto ou tráfico.

Estamos a trabalhar com a agência das Nações Unidas para os refugiados e com parceiros locais dos países que estão a receber refugiados para instalar centros Ponto Azul.

São centros que oferecem locais seguros para as crianças brincarem, para desenharem, e para os pais terem algum tempo livre.

E também para nos permitir colocar em campo especialistas no acompanhamento de crianças, para identificar os casos de maior fragilidade, e melhor poderem encaminhar esses casos para os serviços de proteção adequados.

Quais são as orientações da UNICEF para lidar com estes casos?

Nós desenvolvemos um guia prático, para voluntários que estejam a trabalhar nas fronteiras, para autoridades locais, para organizações não governamentais, para governos, que explica como podem ajudar crianças em situação de fragilidade em movimento.

São passos práticos, que lhes permite agir sempre que identifiquem estas crianças que viajam sozinhas e pode ser alvos do tráfico, e que define as melhores práticas nestas situações.

Quantas equipas e quantas pessoas tem a UNICEF no terreno?

Estamos dentro da Ucrânia, com cerca de 130 pessoas, a trabalhar todos os dias.

Queremos chegar a todas as crianças que necessitem de ajudam, onde quer que estejam.

Também trabalhamos com parceiros, nos locais onde não conseguimos chegar.

Mas acreditamos que conseguiremos chegar a todas as crianças em risco, e para isso, precisamos de pausas humanitárias e um fim dos combates militares.

Com bombas a cair e tiros a voar, não conseguimos enviar o nosso pessoal

Ou seja, em última análise, as crianças da Ucrânia precisam de paz.

Nas fronteiras há algum apoio em termos de saúde mental?

Garantir que as crianças que chegam à fronteira têm acesso a apoio psicossocial é absolutamente prioritário.

Muitas das crianças viveram os traumas de uma guerra.

E mesmo as que não presenciaram combates, tiveram de abandonar as casas, separar-se dos pais e dos irmãos, e isso também é traumático.

Por isso, garantir que essas crianças têm a proteção de que precisam, para aliviar a dor e retomar a normalidade, é absolutamente prioritário.

Estão ativos alguns canais de comunicação com as autoridades da Ucrânia ou da Rússia?

A UNICEF trabalha com quem quer que seja, para chegar às crianças que precisem de ajuda, onde quer que estejam, e independentemente de aquilo que necessitarem.

Estamos no terreno, dentro do país, a tentar fazer chegar comida e suplementos nutricionais, roupa quente, ajuda médica, o mais longe possível, às crianças necessitadas.

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