Vacina obrigatória? ECDC considera "eficaz", mas "pode polarizar"

Andrea Amon admite que sejam adotadas medidas "durante o Natal".

A diretora do Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças, Andrea Ammon defendeu esta quarta-feira a adoção de medidas restritivas, nesta fase, "menos invasivas", para evitar a necessidade de "confinamentos".

Na União Europeia a propagação da Covid-19 caminha para uma situação de "risco muito elevado". Por essa razão, Andrea Ammon defende o aumento da vacinação, incluindo doses de reforço para todos os adultos, com prioridade para quem tem mais de 40 anos.

A par da intensificação dos programas de vacinação, a diretora do Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças, entende que "têm de ser" adotadas medidas restritivas.

"Estamos numa situação em que não podemos escolher entre vacinação ou medidas não farmacêuticas", afirmou Ammon, vincando que "temos de fazer as duas".

Com o "inverno a chegar", a poucas semanas da "época festiva", em que se prevê um "aumento de viagens e reuniões de pessoas", a diretora do ECDC afirma que neste caso, mais do que salvar o Natal, importa salvar vidas e, por isso, admite a imposição de medidas durante as festas.

"Ainda temos algum tempo até ao Natal, mas se a situação não melhorar, isto quer dizer que estas medidas devem ser adotadas também durante o natal", afirmou numa conferência de imprensa organizada pela Comissão Europeia, acompanhada em Bruxelas pela TSF.

"Usar máscaras faciais, teletrabalho a partir de casa, reduzir os aglomerados de pessoas nos transportes públicos com mais viaturas, higienização das mãos, restringindo o número de pessoas nos espaços fechados, reduzindo o número de pessoas que se podem encontrar", são as medidas que para Andrea Ammon "têm de ser" considerada em paralelo com os programas de vacinação.

Respondendo a uma questão sobre a possibilidade de alguns países virem a adotar a obrigatoriedade da vacina contra a Covid-19, como defendeu hoje a Organização Mundial da Saúde, Ammon advertiu que "muitas pessoas querem que isso seja uma decisão delas, e não uma imposição". A medida até poderia ter um efeito negativo, embora "eficaz".

"Não é uma varinha mágica. Pode ser eficaz. Pode aumentar a taxa de vacinação, mas também pode polarizar, entre os que agora não estão vacinados. Nem toda a gente é contra as vacinas, mas muitas pessoas querem que isso seja uma decisão delas, e não uma imposição", afirmou, admitindo que "pode levar as pessoas ainda mais a rejeitar vacinas".

No entanto, a diretora do ECDC defende que a vacinação deve ser acelerada, com o objetivo de "eliminar as lacunas de imunidade da população adulta e garantir uma cobertura eficaz e equitativa em todos os países e regiões".

A cobertura de vacinação contra a Covid-19 deve por isso tornar-se a "prioridade" para as autoridades de saúde pública, com "os idosos, as pessoas mais vulneráveis e os profissionais de saúde", na primeira fila.

Numa altura em que é apontada a perda gradual de imunidade depois das primeiras doses, Andrea Ammon afirma que as autoridades de Saúde "devem considerar uma dose de reforço" para todos os adultos, a partir dos 18 anos, avançando "urgentemente" com um programa para vacinar as pessoas acima de 40 anos.

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