Vice-presidente do PE em prisão preventiva: conta bancária de Eva Kaili duplicou em dois anos

Vice-presidente do Parlamento Europeu viu o valor dos seus depósitos subir de 210 mil para 460 mil euros entre 2018 e 2020, enquanto os seus rendimentos diminuíam.

Os depósitos bancários da vice-presidente do Parlamento Europeu (PE) Eva Kaili, detida por suspeitas de corrupção, mais do que duplicaram em dois anos, mostram as declarações anuais de património apresentadas pela própria e disponíveis no site do parlamento grego.

Esta informação está a ser citada pelas agências internacionais.

Eva Kaili, eurodeputada grega, vice-presidente do PE e membro da bancada dos Socialistas europeus (grupo dos Socialistas e Democratas, S&D), foi detida na sexta-feira no âmbito de uma investigação da justiça belga relacionada com alegados subornos do Catar, o anfitrião da edição de 2022 do Mundial de futebol, para influenciar decisões políticas em Estrasburgo (sede do Parlamento Europeu).

Na sua declaração de 2019, referentes ao exercício de 2018, Eva Kaili declarou rendimentos no valor de 550.000 euros (mais de metade dos quais provenientes da venda de uma casa nos arredores de Atenas), e os seus depósitos bancários ascendiam a 210 mil euros, a maioria depositados num banco belga, adianta hoje a agência espanhola EFE.

Um ano depois (ano fiscal de 2019), os seus depósitos quase duplicaram atingindo os 405 mil euros, embora nesse período os seus rendimentos declarados diminuam (219 mil euros). Nesse ano, também declarou a compra de um apartamento no bairro do Psijicó, em Atenas, com um valor de 270 mil euros.

Em 2020, os depósitos declarados pela eurodeputada grega continuaram a subir e atingiram os 461.846 euros, embora os seus rendimentos tenham voltado a diminuir (164 mil euros).

A Autoridade de Combate ao Branqueamento de Capitais grega ordenou hoje a apreensão dos bens (imóveis, contas bancárias, empresas) de Eva Kaili e dos seus familiares mais próximos no país, com a justificação de que podem ser resultado de atividades ilícitas.

O principal objetivo da apreensão de bens pelas autoridades gregas é localizar e bloquear rapidamente a eventual transferência de dinheiro ou bens móveis que possam provar o crime de branqueamento de capitais.

Eva Kaili foi detida na sexta-feira em Bruxelas e nas buscas realizadas pelas autoridades no seu apartamento foram encontrados sacos com 150 mil euros em dinheiro, segundo a imprensa local.

O seu pai foi detido nesse mesmo dia em flagrante num hotel da capital belga, carregando uma mala com 600 mil euros em dinheiro, com o qual pretendia fugir.

As investigações das autoridades gregas estão atualmente centradas numa empresa imobiliária sediada em Atenas que Eva Kaili fundou há um mês com o seu companheiro e seu conselheiro do PE, o italiano Francesco Giorgi, que também está detido.

Tal como Eva Kaili, Francesco Giorgi foi acusado por um juiz belga do crime de participação numa organização criminosa, branqueamento de capitais e corrupção.

O ministro da Justiça grego, Kostas Tsiaras, assegurou hoje na televisão privada SKAI que a Grécia está totalmente disposta a cooperar com as autoridades belgas para esclarecer o caso de corrupção.

Os socialistas do PE decidiram no sábado suspender Kaili do grupo parlamentar, enquanto as suas funções como vice-presidente foram suspensas pela presidente do Parlamento Europeu, a maltesa Roberta Metsola.

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