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O Presidente chinês, Xi Jinping, disse esta sexta-feira, numa conversa por telefone com o homólogo britânico, Boris Johnson, que a comunidade internacional deve "criar as condições certas" para resolver o conflito na Ucrânia e "promover negociações de paz com sinceridade".
"A comunidade internacional deve promover as negociações de paz com sinceridade. Devem ser criadas as condições necessárias para resolver este assunto. Devemos fazer tudo o possível para que a paz retorne à Ucrânia", disse Xi, segundo a imprensa local.
O Presidente chinês afirmou que o seu país já está a desempenhar "um papel construtivo" nesse sentido.
Xi disse ainda que a China está "pronta para o diálogo" com o Reino Unido, desde que este seja "franco, aberto e inclusivo", afirmando esperar que Londres seja "justa e objetiva" ao lidar com Pequim.
Na breve versão britânica do telefonema, um porta-voz de Boris Johnson disse que os dois líderes "discutiram uma série de questões de interesse mútuo - incluindo a situação na Ucrânia", sem detalhar o conteúdo.
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"Foi uma conversa franca e sincera que durou quase uma hora", referiu a mesma fonte, que revelou os votos de felicidades de Xi à rainha Isabel II pelo 70.º aniversário no trono.

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A conversa ocorre uma semana depois de Xi ter falado, por videoconferência, com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Xi instou então Washington a trabalhar em conjunto para "equilibrar as tensões" e "alcançar a paz global".
Desde o início do ataque russo à Ucrânia, a China manteve uma posição ambígua. Pequim pediu que "a integridade territorial de todos os países" fosse respeitada, reiterando a sua oposição às sanções contra Moscovo.
A China também evitou usar a palavra "invasão" para se referir à ofensiva russa.
Sobre as alegações de que Pequim conhecia, aprovava ou apoiava a operação da Rússia, autoridades chinesas classificaram-nas como "pura desinformação".
Na quinta-feira, o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Wu Qian, manifestou o seu "intenso descontentamento" e a sua "firme oposição" a este tipo de informação, que, segundo afirmou, visa apenas "transferir a culpa para a China".
"Todo a gente sabe qual é a potência maior instigadora da crise", disse Wu, referindo-se aos Estados Unidos.
A China também indicou que está a mediar o conflito e que para resolvê-lo também é necessário "proteger os princípios da Carta das Nações Unidas".
A posição da China, segundo Wu, "contrasta com a dos Estados Unidos", que "criou e impôs a outros uma crise da qual beneficiou", explicou.