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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, defendeu este domingo que só um povo unido "pode parar o homem que sozinho começou esta guerra", num apelo à união que foi, em simultâneo, uma crítica aos políticos em quem diz ver "medo".
"Há um mês, antes desta guerra, vivíamos num mundo diferente. Milhares de ucranianos estavam vivos e agora já não estão. O mundo costumava viver sem preocupações e agora todos já só pensam no que fazer se a Rússia entrar ainda mais na Europa. Vejo o medo dos políticos, não são assim tantos que possam depender deles, mas apenas do poder do povo que, unido, pode parar o homem que sozinho começou esta guerra", alertou o líder ucraniano numa mensagem transmitida esta tarde por todo o mundo, incluindo na manifestação que decorre esta tarde no Terreiro do Paço, em Lisboa, onde centenas de cidadãos ucranianos escutaram atentamente as palavras do chefe de Estado do seu país, interrompendo o silêncio apenas para aplaudir.
O Presidente ucraniano acrescentou que não é possível "aceitar o silêncio como resposta do mundo" quando a Ucrânia pede o encerramento do seu espaço aéreo.
Zelensky defende que esta é "a guerra da Rússia contra a liberdade" e que, para a manter, é preciso um esforço mundial. Este foi o primeiro de cinco pontos destacados pelo líder ucraniano no apelo que deixou.
O segundo apelo de Zelensky é o de "armar a liberdade com jatos, defesa aérea e tanques para parar o mal".
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Na mensagem, pediu também "mais sanções contra a Rússia, petróleo russo, bancos russos e contra o tráfico russo" para defender o que apelidou de "casa comum".
Numa referência aos refugiados da guerra, Zelensky pediu também que "sejamos humanos para com os deslocados, que são milhões e são como vocês, um dia regressarão a casa".
No quinto e último ponto, o líder da Ucrânia pediu que se "salvem os civis nas cidades bloqueadas", referindo a necessidade de corredores humanitários, de um cessar-fogo e da "retirada total das forças russas".
"Vamos recuperar a Ucrânia depois de vencermos a guerra e como parte da família europeia, com um novo sistema de defesa instalado para garantir que é impossível matar a liberdade. Façam com que o homem de Moscovo se lembre que a paz é a única escolha", concluiu.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou que matou pelo menos 1.081 civis, incluindo 93 crianças, e feriu 1.707 feridos, entre os quais 120 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, das quais 3,8 milhões foram para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.