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O escritor e poeta João Luís Barreto Guimarães é o vencedor do Prémio Pessoa 2022, que distingue uma personalidade da vida cultural e artística portuguesa.
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Em declarações em direto na TSF, ainda surpreendido com a notícia que ficara a conhecer há minutos, o autor destaca uma "alegria muito grande" e "uma emoção enorme", sobretudo pelos seus versos "ficarem a partir de hoje ligados ao nome de Fernando Pessoa", a sua maior inspiração.
Barreto Guimarães reage à distinção em direto na TSF
Em 36 anos, o Prémio Pessoa já distinguiu personalidades de diferentes áreas da sociedade. De arquitetos a cientistas, passando por pintores e até um constitucionalista. Francisco Pinto Balsemão destaca um prémio global, que procura premiar portugueses que olham para o futuro.
"Não nos juntamos e dizemos tem de ser um poeta, um pintor ou um arquiteto. Há muita coisa boa. Este é um prémio que se destina a portugueses que ainda tem muito para dar. E este ano saiu um poeta. E ainda bem!", destaca o presidente do Conselho de Administração do grupo Impresa.
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Em declarações à TSF, Pinto Balsemão sublinha o papel da poesia num contexto de incerteza a nível internacional, que "pode ter alguma influência na forma como as pessoas olham para a vida e para o futuro, para poderem ser mais otimistas".
Ouça as declarações de Francisco Pinto Balsemão
João Luís Barreto Guimarães nasceu no Porto em junho de 1967. Além de poeta e tradutor, é médico e professor de Introdução à Poesia no curso de Medicina do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto.
Com livros publicados em Portugal e traduzidos no estrangeiro, Barreto Guimarães publicou o seu primeiro livro - "Há Violinos na Tribo" - em 1989, com 22 anos. Seguiram-se "Rua Trinta e Um de Fevereiro" (1991), "Este Lado para Cima" (1994), "Lugares Comuns" (2000), "3. Poesia" 1987-1994 (2001), "Rés-do-Chão" (2003), "Luz Última" (2006) e "A Parte pelo Todo" (2009).
A sua "Poesia Reunida" foi publicada na Quetzal em 2011, seguindo-se "Você Está Aqui" (2013, traduzido em Itália); "Mediterrâneo" (2016, Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa, publicado em Espanha, França, Itália, Polónia, Egito, Grécia, Sérvia e EUA, onde recebeu o Willow Run Poetry Book Award); "Nómada" (2018, Prémio Livro de Poesia do Ano Bertrand e Prémio Literário Armando da Silva Carvalho, publicado em Itália, Espanha, Chéquia e Egito); a antologia "O Tempo Avança por Sílabas" (2019, publicada na Croácia, Macedónia e Brasil); e "Movimento" (2020, Grande Prémio de Literatura DST, publicado na Macedónia). A edições italianas de Mediterrâneo e de Nómada foram finalistas do Premio Internazionale Camaiorep em 2019 e 2020, respetivamente. Em janeiro de 2023 será publicado "Aberto Todos os Dias".
O Prémio Pessoa, no valor de 60 mil euros, é uma iniciativa do semanário Expresso e da Caixa Geral de Depósitos, e visa "representar uma nova atitude, um novo gesto, no reconhecimento contemporâneo das intervenções culturais e científicas produzidas por portugueses".
O júri deste ano foi composto por Ana Pinho, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Eduardo Souto de Moura, José Luís Porfírio, Maria Manuel Mota, Pedro Norton, Rui Magalhães Baião, Rui Vieira Nery e Viriato Soromenho-Marques, com Francisco Pinto Balsemão a presidir e Paulo Macedo enquanto vice-presidente.