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Desde o elefante que teve que atravessar a entrada principal, aos pedidos peculiares de alguns artistas, são muitas as histórias e a estórias. Pedro Pardinha, da Porto Secret Spots, é um dos guias. A visita começa no átrio principal onde se destaca o brasão dourado que representa a cidade do Porto "na versão não aprovada pelo Estado Novo. Este edifício foi inaugurado em 1941 em plena ditadura de Salazar e no exterior está o brasão oficial com as alterações que o regime quis introduzir, mas aqui no interior houve a rebeldia de colocar um brasão à 'moda' liberal".
O foyer é o ponto de partida desta viagem, com a duração de uma hora. Guiados por Pedro Pardinhas, responsável pela Porto Secret Spots, atravessamos os corredores e nas vitrinas, encontramos mobiliário original dos camarins, com naprons de renda; cartazes antigos das festas de Carnaval e de concertos, por exemplo de Bob Dylan e Miles Davis; o Bastão de Molière, em madeira e cordão, com o qual o maestro Pedro de Freitas Branco deu as três pancadas na noite da inauguração; desenhos de arquitetura do edifício; uma antiga máquina de bilhetes, etc.
Ouça a reportagem.
Daqui seguimos para a sala de espetáculos, que tem capacidade para quatro mil lugares. Aqui vemos algumas fotografias antigas que contam a história desta sala (quando esteve para ser vendido à Igreja Universal do Reino de Deus até ao incêndio que destruiu o palco).
Na pesquisa de preparação destas visitas guiadas descobriram no piso subterrâneo o que terá sido uma adega, "um espaço que funcionou ao longo dos anos como ponto de encontro de artistas e funcionários".
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Daqui atravessamos a porta 44, a entrada de artistas e técnicos e por onde entravam os animais nos tempos em que o circo ainda tinha animais. Pedro Pardinhas conta que "um elefante teve medo e recusou passar a vala e a solução foi sair com ele, subir a Rua Formosa, a Rua da Alegria, descer Passos Manuel e entrar com o elefante pela porta principal como se fosse uma grande estrela! E funcionou".
A visita continua pelos camarins. "Vamos ao principal, o número 1, é o camarim onde os artistas mais célebres foram passando. Passaram por aqui Caetano Veloso, Maria Bethania, Barack Obama, Bob Dylan... Há registo de alguns pedidos especiais como Marilyn Manson que pediu um ambiente negro, com caveiras e em sentido oposto a brasileira Simone que quis o camarim todo revisto a branco".
A visita termina no palco, onde vemos a teia e conhecemos a perspetivas dos artistas.
As visitas guiadas ao Coliseu do Porto realizam-se ao sábado e ao domingo em dois horários (10h00 e 12h00).