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O dia 21 de março não marca apenas a poesia e as florestas. Esta terça-feira celebra-se também o Dia Mundial da Marioneta. E, por isso, o museu instalado no Convento das Bernardas promete programas especiais e é gratuito todo o dia.
"O Dia Internacional da Marioneta celebra-se há 20 anos, uma iniciativa da União Internacional da Marioneta (UNIMA). Todos os anos se atribui um tema, e o deste é 'O apelo da Floresta', portanto nós como Museu da Marioneta temos de honrar com todas estas iniciativas muito importantes, até para agregar todas as pessoas interessadas por esta arte", diz à TSF Ana Paula Correira, presidente do museu.
Este ano, pela primeira vez, a entrada é livre todo o dia, com acesso gratuito a todas as áreas expositivas. Durante a parte da manhã, o museu promoveu uma oficina "Génios da Floresta", dirigida às escolas, e os alunos puderam recriar animais reais e imaginários, do ritual do Sogobò, praticado no Mali. Da parte da tarde, está marcada uma visita guiada "À descoberta das marionetas", conduzida pelo Serviço Educativo do Museu.
Para além da coleção do museu, os participantes vão também ter acesso a uma exposição temporária, em parceria com o Festival de Animação, Monstra. Nesse espaço, vão estar expostos os cenários de vários filmes que vão estrear no Festival, nomeadamente, "A Casa Para Guardar o Tempo", de Joana Imaginário e "O Casaco Rosa" de Mónica Santos.
"O apelo da floresta"
Sobre o tema deste ano, a diretora do museu refletiu que "estamos todos a atravessar um período, em que nos interrogamos sobre as condições climáticas e sobre a relação que queremos ter com a natureza... Sem esquecer que a natureza vive sem o homem, mas o homem não vive sem a natureza".
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Ana Paula Correia explicou que o tema é escolhido todos os anos pela UNIMA, mas que ainda assim, considera ser assunto de grande relevância, principalmente, porque o museu tem muito público escolar. E acrescentou ainda, que as escolas estão cada vez mais sensibilizadas para estes temas.
Teatro de Marionetas em Portugal
Ana Paula Correia lembra que, o teatro de marionetas chegou mais tarde a Portugal, comparado a outros países da Europa. Até ao início do século XX, as marionetas estavam, maioritariamente, ligadas a trabalhos sazonais, como é o caso dos "Bonecos de Santo Aleixo" ou "Os Robertos". Só a partir dos anos 70 e 80, ganharam força e aproximaram-se de outras áreas ligadas à performance e ao teatro. Ainda assim, a presidente do museu considera que esta arte tem cada vez mais, uma grande força nacional.
"A marioneta é uma arte que agrega várias artes... Nós temos a palavra, o movimento, a música. Portanto a marioneta está num bom caminho e tem verdadeiramente acompanhado aquilo que se passa nas outras áreas, e está cada vez mais recetiva à emergência de novas formas e técnicas. Embora como tudo ainda há muito para fazer".
Ana Paula Correia não deixa de lamentar a falta de investimento na cultura, e acredita que é resultado da visão que ainda se tem da arte em geral.
"Claramente que faltam apoios, porque faltam apoios na cultura em geral. Se as pessoas desde pequenas trabalhassem mais a música, o teatro, a dança, a literatura, todas as disciplinas humanísticas, eram muito mais felizes, e acho que nisso ainda temos um caminho para percorrer."
A visita gratuita ao museu está disponível até às 18h.