"Fomos apanhados na curva." Albano Jerónimo questiona alteração das regras para apoios ao teatro

Do despedimento de quatro pessoas à sobrevivência da companhia com dinheiro do próprio bolso para pagar ordenados e fornecedores.

O actor e fundador da Teatro Nacional 21 conta, na TSF, o que fica pelo caminho perante a falta de apoio sustentado para os próximos dois anos. Ao ministro, Albano Jerónimo pede bom senso e sensibilidade, para corrigir as disparidades de um concurso cujo resultado boicotou a vida de muitas pessoas: "Muitas estruturas que trabalham há mais tempo do que o próprio ministro tem a sua atividade profissional são banalizadas a este nível. É injusto, é vergonhoso e é insultuoso."

Albano Jerónimo é uma das vozes a questionar a legalidade de um concurso com regras alteradas a meio do processo: "Fomos apanhados na curva."

"Programar para quatro anos é completamente diferente e termos de ser justos e fieis e respeitar o nosso público. A partir do momento em que tivemos pontuação excelente, e a companhia é elegível, deveria ter acesso ao apoio sustentado. Não teve, por falta de verba. Porquê?"

A pergunta fica no ar, e o actor e encenador, co-fundador da Teatro Nacional 21, contesta os resultados, denunciando o que considera ser "injusto, vergonhoso e insultuoso".

Saudando as estruturas contempladas pelos apoios, Albano Jerónimo explica em declarações à TSF porque não se podem reprogramar candidaturas de dois para quatro anos e porque é que a disparidade entre as duas candidaturas deveria ser o centro de preocupação da tutela: "Mata e sufoca as estruturas que se candidatam aos bienais. Fomos avisados a meio que o reforço seria para os quadrianuais e isso não é justo."

A Teatro Nacional 21, é outra das companhias que vai contestar o processo e vê-se forçada a reduzir o número de espectáculos programados: "Em vez de quatro espectáculos vamos apresentar um, com sorte. Tudo ficou comprometido."

E a equipa já foi reduzida. "Tivemos de despedir quatro das cinco pessoas contratadas e ainda esperamos pelo dinheiro do Garantir Cultura. A posição artística da companhia ficou bastante fragilizada. Ao final do dia, a nossa arma será sempre o público, mas fica privado de uma oferta cultural distinta como a que oferecemos e construímos ao longo de 15 anos."

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