Os segredos dos espiões da II Guerra Mundial em exposição no Porto

Durante a Segunda Guerra Mundial, foram muitos os espiões e artistas que escolheram Portugal como local de refúgio. Destes tempos são muitas as histórias desconhecidas.

A Câmara Municipal do Porto reúne numa exposição mais de 100 documentos e fotografias, onde encontramos anotações escritas por espiões, documentos secretos, passaportes, contas de hotéis, etc. Documentos que mostram a importância de Portugal durante a Segunda Guerra Mundial.

A colecionadora de arte Peggy Guggenheim, o escritor Arthur Koestler, o agente duplo britânico Dusko Popov, a artista Josephine Baker, Ian Fleming que é o criador de James Bond ou o artista Marc Chagall, são alguns dos que procuraram refúgio em Portugal durante a Segunda Guerra Mundial.

Emma Lochery, é a curadora da exposição. "Não é muito conhecida a importância de Portugal na segunda guerra mundial, é importante dizer que era uma nação neutra. Mas durante aquele período a importância geopolítica de Portugal veio ao de cima, é uma parte pequena mas muito importante da Europa Ocidental".

A exposição: "1941: Guggenheim and Fleming, artistas e espiões em Portugal durante a Segunda Guerra Mundial" começa por explicar o que se estava a passar no mundo em 1941, quando a Alemanha invadiu a União Soviética, e muitos refugiados e espiões de toda a Europa fugiam. Entre as fotografias a preto e branco vemos imagens do Porto de Lisboa, navios a atracarem, famílias a chegarem e até o casino do Estoril, local que serviu de inspiração a Ian Fleming para escrever Casino Royale. "Temos a cópia da primeira edição do Casino Royal. É importante dizer que Fleming foi um agente secreto e um escritor fenomenal sobretudo nas últimas décadas de vida. Ele criou James Bond, personagem inspirado nos tempos que viveu em Portugal... As pessoas, os locais que visitou... como o Casino Estoril... tudo serviu de inspiração".

Esta exposição é o resultado de mais de 15 anos de investigação de Neil Lockery, autor e historiador escocês que vive na cidade do Porto. Aqui vemos relatórios, documentos, anotações, registos de hotéis, vistos... "Temos correspondência pessoal, postais, vistos de trânsito dos artistas, contas dos hotéis, passaportes... E dos espiões temos, e acho que pela primeira vez expostos, os segredos britânicos, os documentos dos serviços de inteligência sobre a operação Golden Eye que foi pensada por Ian Fleming durante a estadia em Portugal. E é fascinante ver que durante estas reuniões Winston Churchill estava presente e as operações que os serviços de inteligência executavam estão aqui. Temos documentos secretos de Dusko Popov, um agente duplo, temos aqui as notas que escreveu à mão no Palácio Hotel e mensagens secretas escritas com tinta invisível. É fantásticos termos isto aqui".

Emma Lochery lamenta que a história esteja a repetir-se, com imagens de famílias a fugirem de uma guerra.

A exposição: "1941: Guggenheim and Fleming, artistas e espiões em Portugal durante a Segunda Guerra Mundial" pode ser visitada no átrio da Câmara Municipal do Porto.

A entrada é livre.

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