Pedro Abrunhosa e Lídia Jorge, "A Arte como salvação"

É o tema da conferência organizada pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, encontro que abre um ciclo de conversas sobre saúde mental. O músico Pedro Abrunhosa e a escritora Lídia Jorge são os primeiros convidados.

Vanessa Pelerigo, uma das organizadoras da conferência "A Arte como Salvação", explica que em 2020 a Faculdade de Direito criou um Grupo de Trabalho para a Promoção da Saúde e do Bem-estar, após ter diagnosticado que muitos estudantes e a comunidade académica diziam sentir dificuldades como stress, ansiedade ou burnout. Perante estes resultados decidiram criar este ciclo de conferências e acabar com os preconceitos de falar sobre saúde mental. "Todos sabemos que ainda hoje o estigma associado à doença mental é uma barreira muito influente na própria prestação de cuidados em saúde mental. Portanto, para combater a ignorância, para combater o preconceito, para combater a discriminação, criamos este ciclo de conferências. Vamos encarar aqui o papel da arte como agente para prevenir ou para promover o bem-estar. Qual é a perceção também de quem faz da arte uma forma de vida, será que esta forma de arte é uma ferramenta útil para incrementar a própria literacia em saúde mental. Estamos a falar de arte e não de entretenimento, a arte leva a introspeção, é reflexiva, é um lugar de reflexão, de pensamento".

Vanessa Pelerigo faz parte do Grupo de Trabalho para a Promoção da Saúde e Bem-estar da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, e diz que não podiam continuar a ignorar os problemas que afetam sobretudo os mais jovens. "A verdade é que a própria pandemia, o isolamento a que fomos obrigados, a crise socioeconómica, a própria guerra, todas estas consequências sociais e políticas acabaram por expor não só os estudantes, mas todos nós, a uma pressão psicológica maior e a verdade é que esta sintomatologia da depressão, da ansiedade, aumentou bastante sobretudo entre a população mais jovem. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico já tinha mostrado que os jovens, sobretudo entre os 18 e os 29 anos, apresentavam taxas de sofrimento psicológico moderado e grave. Portanto, a faculdade achou que era altura de instituir e promover algumas medidas que pudessem de alguma forma criar um espaço de reflexão sobre este tema".

A conferência "A Arte como Salvação" tem como convidados Pedro Abrunhosa e a escritora Lídia Jorge. "Vai ser uma partilha de experiências, uma conversa, como se estivessem no sofá das respetivas casas, tentando de alguma forma passar o testemunho das experiências pessoais e artísticas. Aliás, na altura da pandemia tanto o Pedro Abrunhosa como a Lídia Jorge escreveram, produziram e tocaram. Tiveram um papel significativo para ultrapassar esta fase menos boa. Eles irão falar e irão ajudar-nos a ter aqui algumas ferramentas para ajudar nesta questão da promoção da saúde e do bem-estar".

"A Arte como salvação", uma conferência aberta a todos esta quinta-feira, às 15 horas, no Auditório da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

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