Um violino português na montanha mais alta da Europa Ocidental

Nuno Santos, o violinista surfista ou surfista violinista, enfrentou o Monte Branco de violino às costas para interpretar o Fado Português de Amália Rodrigues.

Depois de ter tocado o violino perto de um vulcão e surfado as ondas de Nazaré, o Monte Branco surgiu como desafio para Nuno Santos que, de violino às costas, enfrentou "a montanha mais alta da Europa Ocidental" com o Fado Português, de Amália.

"Simbolicamente pareceu-me interessante tocar o Fado Português no sítio mais mais alto da Europa Ocidental porque o esforço é tão grande que é preciso tocar alguma coisa que valha a pena", conta em conversa com a TSF.

Veja o vídeo:

Os preparativos resultaram de uma amizade com um alpinista internacional que Nuno Santos encontrou nas redes sociais. O grupo partiu à meia-noite, trepou pela madrugada, registando as feridas abertas pelas alterações climáticas no Monte Branco: "O glaciar está muito diminuído, muito mais pequeno, há sítios em que as dificuldades são maiores, e o perigo também."

Para dificultar, o vento não deu tréguas durante o percurso em que o estojo do violino "esteve sempre a bater no capacete".

"Até às quatro horas da manhã, ainda se tolerava, mas depois o vento levantou, e as rajadas ficaram bastante fortes", lembra Nuno Santos, habituado aos "desafios habituais da montanha e das ondas grandes".

Lá no topo, esperava-os a recompensa; "o nascer do Sol foi deslumbrante", recorda o violinista que até ultrapassou o receio e as vertigens inevitáveis em locais onde a escalada se fez "a pique".

Faltava cumprir o ritual e interpretar o fado português no topo da montanha que Nuno Santos já tinha tocado noutra montanha ali ao lado, mas, desta vez, um esquecimento deixou desafinado o violino que tem "há 30 anos": o diapasão tinha ficado na base, e foi difícil contrariar os estragos provocados pela temperatura e pela pressão atmosférica.

"Cheguei ao cume e o instrumento estava bastante desafinado. As cordas estavam completamente desapertadas, o cavalete quase a cair. E, sem diapasão, é muito complicado afinar o violino. E o vento não ajudava nada, mas para a próxima de certeza que não vou esquecer", ri-se Nuno Santos.

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