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Passaram 20 anos desde a morte de Amália Rodrigues, mas a fadista jamais foi esquecida.
Frederico Santiago, investigador musical e responsável pela coleção integral da artista, com chancela da Valentim Carvalho, e Jorge Muchagato, historiador e autor do blogue "A vida é um longo adeus", dão-se conta do quão difícil é sintetizar o legado de Amália Rodrigues, "porque estamos a falar de uma cantora que nos deixou um património palpável".
Para os entusiastas, Amália foi uma artista "grande" que tinha "muito mais talento do que ambição".
"Era mais do que uma cantora, era uma escritora, uma pessoa apavorada, não com a morte, mas com o fim."
Ouça o programa "Palavras, por Amália", na íntegra
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O fascínio dos dois conhecedores do espólio artístico da fadista prende-se também com a "Estranha forma de vida" que Amália "pôs em verso". Mais do que "estranha", a artista era especial, não só pela sua "maneira de ser, como pelo canto inventado, porque não tem paralelo: é erudito e popular ao mesmo tempo".
"Chamaram fado àquilo porque não havia outro nome", frisam ainda.
Frederico Santiago e Jorge Muchagato são ainda uníssonos no destaque que dão à estrela portuguesa. "Não conheço nenhum cantor que não tenha de adaptar na sua maneira de cantar para chegar a vários géneros diferentes."
E, apesar de ter atingido todos os "píncaros da fama e do sucesso", falava com toda a simplicidade com as pessoas que encontrava pela rua, vincam. "Ela tem esses mundos todos", e é, por isso mesmo, de todos.