"Ano completamente desastroso." Quebra de 50% na produção de azeite em Trás-os-Montes

Presidente da Associação de Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro fala num "ano completamente desastroso" para a olivicultura da região.

Já se previa uma quebra de produção de azeite devido aos efeitos da seca deste ano, mas não tão acentuada. Na região transmontana, a campanha está praticamente a terminar e os números não são nada animadores.

Há mesmo concelhos em que a diminuição, face a 2021, é superior a 70%, mas o presidente da Associação de Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro (APPITAD), que representa cerca de 1400 olivicultores, estima que, em média, a quebra de produção ronda os 50%.

"Ainda que nas zonas mais altas a quebra seja ainda mais acentuada, com cerca de 70% em Mogadouro e Alfândega da Fé, por exemplo, a média deverá ficar nos 50%, o que é bem mais do que aquilo que estávamos à espera e, por isso, é um ano completamente desastroso para os produtores", conta Francisco Pavão.

Quer isto dizer que a região transmontana que produz, em média, cerca de 14 mil toneladas de azeite, vai este ano ficar-se pelas 7000 toneladas. Francisco Pavão avança três razões para esta quebra: "O ano passado foi de excelência, pelo que já se previa que este ano houvesse uma quebra, tivemos bastante calor, à volta dos 40 ºC, na zona da floração, o que motivou que o vingamento fosse reduzido, e depois atravessamos um período enorme de seca, pelo que estes três fatores contribuíram para esta quebra", afirma.

Além disso, aquele dirigente acrescenta que também "o aumento dos fatores de produção, dos fertilizantes, dos fitofármacos e dos combustíveis pesaram neste desastre para a olivicultura transmontana".

Esta quebra na produção de azeite foi constatada no terreno. Um claro exemplo é a Casa de Santo Amaro, em Suçães, no concelho de Mirandela, onde as 30 mil oliveiras produzem azeites que já conquistaram mais de 170 prémios em concursos nacionais e internacionais. António Pavão, um dos proprietários, confirma que das cerca de 70 mil garrafas de azeite que conseguiu o ano passado, agora conta ter cerca de 35 mil.

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