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A Autoeuropa planeia voltar à produção no dia 6 de setembro e irá recorrer a um programa de apoio à atividade económica, garantindo o pagamento das remunerações, disse à Lusa fonte oficial.
Em resposta por escrito a questões da agência Lusa, fonte oficial da Autoeuropa indicou que o início da produção está planeado para o dia 6 de setembro, apesar do problema de falta de semicondutores que afeta a fábrica de automóveis de Palmela, no distrito de Setúbal.
"O que afeta a Volkswagen Autoeuropa, bem como outras empresas no momento, é a escassez de componentes devido à extensão das medidas de confinamento na Ásia, continente que concentra parte significativa da produção de semicondutores para os nossos produtos", indicou a mesma fonte.
A empresa já parou algumas vezes nos últimos meses por falta de semicondutores.
Segundo informação divulgada em junho pela Autoeuropa, a falta de semicondutores, que está a afetar todo o setor automóvel, deve-se às dificuldades de fornecedores de alguns países, designadamente a Malásia, devido a medidas de confinamento devido à pandemia de Covid-19.
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Além disso, a partir de quarta-feira, 1 de setembro, a empresa irá recorrer "a um programa de apoio à atividade económica".
"Durante a aplicação deste programa, decidimos atribuir um complemento como garantia do rendimento individual de cada colaborador da empresa", afirmou a fonte oficial.
Em declarações à TSF, o coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa confessou-se feliz com o regresso à produção, mas admite que a falta de semicondutores no mercado mundial pode obrigar as novas paragens da maior fábrica de automóveis do país.
"Os analistas dizem que este mercado só deve estabilizar no início de 2022, esperemos que para nós não haja mais paragens, mas neste momento é uma incógnita, uma coisa que nos preocupa", assinala Fausto Dionísio.
Na semana passada, o Expresso noticiava que o regresso da empresa poderia não acontecer no dia 6 de setembro devido à crise dos semicondutores. Hoje, a Renascença deu conta que a Autoeuropa iria recorrer a um apoio do Estado para pagar salários.
A Autoeuropa, com mais de 5.200 colaboradores, dos quais 98% com vínculo permanente, produziu em 2020 um total de 192.000 automóveis e 20 milhões de peças para outras fábricas do grupo alemão, que representam 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) e 4,7% das exportações portuguesas.