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Para a UGT, o que se passou na quarta-feira, na Assembleia da República, com o chumbo do Orçamento do Estado na generalidade, foi "um jogo democrático que põe em causa expectativas e necessidades da população". Carlos Silva reconhece mesmo, em declarações à TSF, que os sindicalistas estão "extremamente desiludidos" com a decisão que coloca em causa alterações que a UGT considera fundamentais. "Olhamos com desilusão e um certo desconforto ou desencanto [para esta votação]", começa por dizer Carlos Silva, mais encantado, no entanto, com alguns dos avanços que o Executivo socialista tinha prometido para este OE.
"Inicialmente a UGT, quando o projeto do Orçamento foi apresentado no Parlamento, transmitiu que o OE, na nossa opinião, era pouco ambicioso. A verdade é que, depois, com as negociações, com a discussão em sede de concertação social da Agenda do Trabalho Digno, foram introduzidas bastantes alterações." As propostas que a UGT elenca como estruturantes são a matéria laboral e antecipação dos aumentos das pensões para janeiro, bem como a garantia do primeiro-ministro de continuar a aumentar o salário mínimo nacional até 2025. "Há um conjunto de compromissos assumidos com o país, e em particular com os trabalhadores e com os pensionistas, que, com esta decisão, está comprometido", lamenta o secretário-geral da UGT.
Ouça as declarações de Carlos Silva.
Apesar de desconhecer se será possível, do ponto de vista constitucional, se o Presidente da República dissolver de facto o Parlamento, se o Governo terá poder legal para implementar esta alteração, o que é um problema de base jurídica, Carlos Silva apela ao Executivo para que não se descomprometa da promessa de aumentar o salário mínimo nacional. "Tenho expectativas, como muitos portugueses têm - há cerca de um milhão que auferem o salário mínimo nacional -, de que o salário mínimo em janeiro possa ser, conforme está garantido pelo Governo, até um bocadinho aquém da expectativa da UGT, de 705 euros."
"Espero que isso possa acontecer, e que os partidos e os políticos não traiam a expectativa criada na confiança dos trabalhadores e na generalidade da população", conclui o secretário-geral da UGT, depois de Tiago Antunes, secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, ter garantido que o Executivo socialista quer colocar em prática o aumento do ordenado mínimo, bem como outras medidas que estavam contempladas no OE para 2022.
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