Com "altas expectativas", patrões querem ver reformas na agricultura, turismo e empresas

Confederações patronais ficam na expectativa quanto às reformas e políticas que este novo Governo vai colocar em vigor. No Fórum TSF, o presidente da CIP explica que não discute nomes, mas sim políticas e o presidente da CAP remete comentários sobre os nomes para os ministérios para breve.

Esta manhã, as confederações patronais deixaram as suas análises à constituição do novo Governo, divulgado esta quarta-feira. No Fórum TSF, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, começou por dizer que a CIP não discute nomes de ministros, mas sim políticas.

António Saraiva diz que o que se pede ao Governo é que, "com a estabilidade política que tem, crie condições, promovendo as reformas para essas condições para todos os cidadãos e empresas tenhamos um ambiente, num quadro político e económico diferente, e possamos, ao longo desta legislatura, iniciarmos um rumo de crescimento que até agora, nos últimos 20 anos, não conseguimos ter". Para o presidente da CIP, "isto passa por um conjunto de medidas de promover mais rápido os licenciamentos, desburocratizar". Acrescenta que a CIP continuará a insistir com este Governo, "a par de um acordo de concertação social", e revela que já desafiou o Governo para promover. "Já iniciámos as reuniões nesse sentido", sublinha.

António Saraiva explica que o que deseja é uma Europa "coesa e solidária" e que o caminho é os 27 olharem entre si para os seus problemas e não isolados. Neste contexto, Portugal, "nessa coesão europeia", tem de fazer reformas e "pôr um rumo ao país".

Pela parte da Confederação do Turismo de Portugal, o presidente, Francisco Calheiros diz que há "altas expectativas em relação a este Governo por quatro ordens de razão: em primeiro lugar porque é um Governo de maioria absoluta", e, sendo assim, "é de total responsabilidade dele o que for acontecer"; em segundo lugar porque aparentemente a pandemia que nos afligiu tanto durante estes dois anos está a virar uma endemia, e portanto é algo com que temos todos no mundo de habituarmo-nos a viver; a terceira questão é o desejo, também, de todas as pessoas no mundo que esta guerra termine o mais rapidamente possível. Já ultrapassou todos os prazos aceitáveis e desejáveis, e portanto esperamos que muito brevemente acabe; e em quarto lugar vamos ter um nível de fundos para operacionalizar jamais visto desde que Portugal aderiu à CEE. E portanto, diria que estão reunidas as condições para um céu perfeito. Temos grandes expectativas", conclui.

Também o presidente da Confederação de Agricultores de Portugal (CAP), Eduardo Oliveira e Sousa, não tem comentários sobre as pessoas que agora constituem o corpo do novo Governo. No entanto, assegura que, com tempo para refletir, a CAP irá em breve debruçar-se analisar os nomes de cada ministério e respetivos secretários de estado, que ainda não foram revelados.

Eduardo Oliveira e Sousa lamenta que haja o que diz ser "pouca importância da agricultura do elenco ministerial", até porque "é a última da lista". Tudo isto faz com que "a força política do Ministério da Agricultura esteja "enfraquecida". Questionado pelo jornalista da TSF Manuel Acácio sobre o que gostava de ver na ação deste Governo, o presidente da CAP diz que "gostava de sentir um reforço da importância da agricultura, não só no espetro da economia, mas neste caso em particular, no aspeto das políticas que é preciso desenvolver para que o setor agrícola possa, por um lado, sobreviver à crise que a seca está a provocar, e por outro lado, conseguir romper o sufoco em que está a viver na consequência dos impactos da guerra, nomeadamente no que diz respeito aos custos associados à energia, aos combustíveis, aos fertilizantes e ao assegurar uma estratégia de abastecimento para o país".

O presidente da CAP explica também que no que diz respeito ao setor da agricultura "a preocupação está instalada".

*com Manuel Acácio

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