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Os operadores rodoviários de mercadorias que operam no porto de Leixões paralisaram as operações entre esta quarta e sexta-feira depois de não terem chegado a acordo com a administração portuária acerca de compensações pelos tempos de espera.
O protesto mobilizado pela Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) alerta para a demora nas entregas no porto e falta de compensações financeiras devido à imobilização dos veículos.
Em declarações à TSF, André Matias de Almeida que "as transportadoras têm de aumentar o preço junto dos seus clientes para poderem oferecer melhores veículos, melhores frotas e melhor serviço", mas, ao mesmo tempo, "tem de haver uma lógica de produtividade no porto de Leixões".
Matias de Almeida elenca os problemas em Leixões.
Matias de Almeida explica que "muitas vezes" os portões daquela infraestrutura fecham "às 17h30 ou 18h00 e os veículos já não conseguem entrar".
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"É um problema estrutural que tem de unir clientes, transportadores, transitários e o porto de Leixões, para que seja mais produtivo, funcione de forma mais eficiente e que os próprios transportadores possam seguir um melhor sistema", avalia o representante de Antram, que pede que não se discuta apenas "a árvore, mas a floresta".
Perante as denúncias dos transportadores, a presidente da administração do porto garante, por seu lado, que só uma parte da atividade está parada.
"Terá sobretudo impacto sobre eles, que não trabalham, e não trabalhando não ganham", embora também existam problemas para "agentes de navegação, transitários e para o próprio concessionário". Ainda assim, "haverá provavelmente muitos camiões a entrar no porto, porque não é uma paralisação total".
Administração do porto garante que a paralisação não é "total".
Cláudia Soutinho compreende algumas das queixas dos transportadores e garante à TSF que já criou um grupo de trabalho com os intervenientes numa tentativa de encontrar soluções.
Por outro lado, não aceita algumas das críticas ao porto de Leixões, que diz ser "o mais eficiente do país".
"É verdade que há um problema estrutural relativamente aos transportadores, que tem a ver com as estruturas de custo das empresas deles e da concorrência de preços entre eles, não conseguem estabelecer preços iguais para todos", assinala Cláudia Soutinho.
Cláudia Soutinho nota problemas do lado dos transportadores.
Outras das dificuldades nascem da imposição da "entrada de camiões sem emissões de carbono", em nome da neutralidade carbónica, e também dos "horários muito curtos" dos parques onde são depositados os contentores.
"O problema dos transportadores existe, mas não está no porto", garante.