- Comentar
A dívida externa líquida portuguesa situou-se nos 162.900 milhões de euros no final de 2022, representando 68,6% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo o valor mais baixo desde março de 2008, anunciou esta sexta-feira o BdP.
Correspondente aos passivos líquidos perante o exterior, excluindo os instrumentos de capital, ouro em barra e derivados financeiros, a dívida externa líquida passou de 80,3% do PIB no final de 2021 (172.100 milhões de euros) para 68,6% no final de 2022 (162.900 milhões de euros), refere o Banco de Portugal (BdP).
Segundo os dados do banco central, em dezembro de 2022, a posição de investimento internacional (PII) de Portugal registou "o valor menos negativo desde o terceiro trimestre de 2007".
"O saldo entre os ativos financeiros sobre o exterior detidos por residentes e os passivos emitidos por residentes e detidos pelo resto do mundo passou de -95,1% do PIB (-204.0 milhões de euros) no final de 2021 para -84,5% do PIB (-200.9 milhões de euros) no final de 2022", detalha o BdP.
Segundo o banco central, o aumento dos ativos de residentes, superior ao aumento dos passivos de residentes perante o resto do mundo, e o crescimento da economia nacional foram os principais fatores que contribuíram para esta evolução.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
A variação nominal foi ainda impactada por variações cambiais positivas dos ativos externos detidos por residentes expressos em dólares americanos e em kwanzas de Angola, no valor de 2.900 milhões de euros, tendo sido "mais expressivo no investimento de carteira e no investimento direto".
A variação do PII resultou ainda de desvalorização dos ativos financeiros em 14.400 milhões de euros -- destacando-se os títulos de dívida e títulos de capital emitidos pelo resto do mundo e detidos por residentes -- e uma desvalorização dos passivos em 14.000 milhões de euros -- principalmente os títulos de dívida pública portuguesa detidos por não residentes.
Houve ainda ajustamentos no valor de 2.300 milhões de euros, "com destaque para a cobertura de prejuízos de entidades não residentes detidas por residentes e para a incorporação de nova informação de base".
Segundo o banco central, da redução de 10,6 pontos percentuais no rácio negativo da PII no PIB, 1,3 pontos percentuais resultam da variação nominal da PII e 9,3 pontos percentuais do crescimento do PIB.