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O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) lamenta que estejam a ser aplicados "dois pesos e duas medidas" na gestão da TAP e insiste na necessidade de uma auditoria urgente, após a atribuição de uma compensação de 450 euros a diretores que ficaram sem BMW, para usar na plataforma eletrónica de transporte Uber.
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"A notícia hoje divulgada pelo jornal Correio da Manhã sobre a compensação de 450 euros para diretores da TAP que ficaram sem BMW, para utilizarem na plataforma Uber, é apenas mais um ato lamentável que se vem juntar a todos os outros já denunciados pelo SPAC", considera o sindicato, em comunicado.
Ouça aqui os argumentos de Tiago Faria Lopes.
Neste sentido, aquela estrutura alertou "mais uma vez, para a necessidade urgente de uma auditoria à gestão da TAP e a rápida conclusão do relatório da IGF [Inspeção-Geral de Finanças]".
Em declarações à TSF, Tiago Faria Lopes assinala que, quando confrontada, a companhia aérea indica que esta é uma "medida transitória de compensação" por parte dos administradores, o que é um sinal de que há "dois pesos e duas medidas", dado que se os contratos destes têm de ser cumpridos, então os dos restantes trabalhadores também merecem respeito.
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Estes "também têm no contrato os seus salários, que estão cortados, têm o pagamento do subsídio de solo, nomeadamente os pilotos" e ainda o pagamento do parque de estacionamento, que "a TAP pagava", mas está agora a ser custeado pelos pilotos.
Perante estes argumentos, o SPAC pede ao novo ministro João Galamba que "arrume a casa rapidamente, na defesa dos interesses da TAP, dos seus trabalhadores, do país e dos contribuintes".
O sindicato defendeu que a administração "demonstra uma falta de sensibilidade para gerir pessoas", porém, considerou "que os valores que os detentores de cargos de direção estão a receber para se fazerem transportar, poderá servir no futuro, de exemplo e bitola para os demais, pois os custos com transportes são os mesmos, independentemente da função que se ocupa".
O Correio da Manhã avançou hoje que a TAP está a pagar 450 euros mensais a diretores para utilizarem na plataforma Uber.
Em resposta àquele órgão de comunicação social, a TAP disse que se trata de uma "solução transitória" e lembrou que está a "rever a política interna de mobilidade".
Em causa está a notícia avançada pela TVI/CNN Portugal e pelo portal Away, em outubro, de que a TAP tinha encomendado uma nova frota de automóveis BMW para a administração e gestores, substituindo os da Peugeot.
O caso causou polémica e, após críticas de várias frentes, incluindo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a companhia aérea decidiu manter a atual frota automóvel pelo período máximo de um ano, por compreender o "sentimento geral dos portugueses", ainda que, segundo explicou, o novo contrato permitisse uma poupança anual de 630 mil euros.