- Comentar
Há empresas que estão a recusar o pagamento do dia em que os trabalhadores são vacinados contra a Covid-19. Há também relatos de casos em que os trabalhadores não são autorizados a tirar o dia, quando não têm uma hora agendada para a vacina.
A Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional (CGTP-IN) confirma que tem recebido queixas de vários setores, enquanto a União Geral de Trabalhadores (UGT) apela à denúncia de uma situação que considera fraudulenta.
Sindicatos pedem aos trabalhadores que denunciem estas situações
Em declarações à TSF, o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, fala em situações que prejudicam o próprio país. O sindicalista lembra que é a saúde de todos que está em causa e pede aos trabalhadores que não tenham medo.
"Isso é uma situação fraudulenta que prejudica o país", comenta Carlos Silva.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
"Esses trabalhadores devem recorrer, de forma urgente, aos seus sindicatos, no sentido de revelarem esses abusos por parte de algumas empresas", encoraja o líder da UGT. "Não devem ter receio de denunciar, mesmo de forma anónima, junto dos sindicatos, para que os sindicatos façam o seu trabalho."
A secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, confirma as denúncias de trabalhadores não autorizados a tirar o dia, quando não têm uma hora agendada para a vacinação, e de empresas que recusam pagar o salário no dia da vacina.
Os casos denunciados vão no sentido de as empresas "não garantirem o pagamento da retribuição naquele período em que os trabalhadores se ausentam para ser administrada a vacina".
"Temos feito intervenção sindical e temos resolvido essas situações", garante Isabel Camarinha à TSF.
As queixas chegam de vários setores e a CGTP já questionou o Governo sobre estes casos.
"Para já, não pode haver um impedimento. Isto é uma questão de saúde pública, é uma necessidade de todos, e as empresas têm de garantir que os trabalhadores podem ir vacinar-se. E todos precisamos que todos sejamos vacinados - é uma das questões que colocámos também ao Governo: a necessidade da vacinação o mais rápida possível de toda a população. Consideramos que não está com a rapidez que devia ter", adverte a líder da CGTP.
No inicio do mês, o Partido Comunista Português (PCP) já tinha exigido uma ação forte e determinada do Governo contra este tipo de abusos.
A deputada comunista Diana Ferreira adianta à TSF que o coordenador da Task Force para o Plano de vacinação contra a Covid-19, o vice-almirante Gouveia e Melo, vai ser questionado sobre esta matéria ainda esta sexta-feira.
Diana Ferreira, deputada do PCP, refere que o coordenador da task force vai ser questionado
"Abordaremos esta mesma questão ainda hoje, numa audição com o coordenador da task force. Para nós, o que é claro é que não pode ser colocado nenhum tipo de entraves neste processo de vacinação, nem mesmo por parte das entidades patronais, e que, naturalmente, o Governo tem de tomar todas as medidas para que os trabalhadores e a população em geral possa ser vacinada de forma célere. E, efetivamente, não estão a ser criadas as condições de vacinação que têm de ser criadas", declara a deputada.
Na visão do PCP, o Governo não está a tomar medidas para agilizar a vacinação dos trabalhadores
Diana Ferreira assegura ainda que o PCP vai insistir com o Governo sobre o que se está a passar nas empresas.
"Perante uma ausência de resposta àquela que foi a pergunta do PCP, trataremos também de insistir [junto do Executivo]. (...) O essencial aqui é confrontar o Governo com esta situação e com a necessidade de uma resposta urgente à situação dos trabalhadores (...) que estão a ter obstáculos para serem vacinados", acrescenta.
LEIA TUDO SOBRE A PANDEMIA DE COVID-19

Leia também:
Mais 16 mortes e 3794 novos casos de Covid-19. Incidência volta a subir
Notícia atualizada às 10h22