Falhas na execução do PRR devem-se a "nova metodologia". Setor da construção é o mais afetado

Os atrasos na execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) devem-se a alterações na metodologia de avaliação dos projetos. É o que diz o coordenador da estrutura de missão Recuperar Portugal, a quem cabe fazer a coordenação técnica e de gestão do PRR.

"O reporte da execução e da boa comprovação dos fundos nos investimentos é nos feito pelas 68 entidades que contratualizaram connosco. Essas entidades reportam-nos a execução e os pagamentos feitos aos beneficiários finais à medida da sua necessidade de financiamento, ou seja, quando nos fazem a nós os pedidos de pagamento para criarmos tesouraria para eles executarem os projetos", explica à TSF e ao JN Fernando Alfaiate.

O coordenador da gestão do PRR admite que "poderá demorar algum tempo o registo dessa informação no nosso sistema de informação que faz o reporte e a recolha dos dados sobre a execução dos investimentos".

"Essa recolha é uma prova final da execução, mas vem sempre mais atrás do que a própria execução. A distribuição do dinheiro é o que preocupa as pessoas e acho que é infeliz, porque não interessa distribuir o dinheiro, interessa saber se está a ser aplicado no que contratualizámos. Queremos aplicar uma nova metodologia, uma metodologia de resultados, e a aplicação do dinheiro é uma prova no dia seguinte de que esses resultados foram alcançados", afirma.

Fernando Alfaiate adianta ainda que o setor da construção é o mais afetado pelos constrangimentos na execução do PRR devido à "pressão grande do ponto de vista da procura".

Este é um setor que "terá que apresentar resposta e resultados muito brevemente" para que as empresas possam "concretizar todos estes investimentos, que não são só do PRR, mas também de outros fundos que acumulam a necessidade e intensificam essa pressão de procura nesse setor".

"Acredito que será uma questão mais conjuntural do que estrutural e que possamos ter uma resposta de concretização que favoreça o crescimento desse setor, mas também da procura, sendo esse um setor importante para o crescimento económico do país", finaliza.

LEIA AQUI A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA

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