Famílias e empresas afetadas pela chuva no Grande Porto vão ter acesso a apoios

Autarca de Gaia adianta que o acesso vai ser gerido pelas câmaras para facilitar o processo e lamenta o "urbanismo selvagem" de que muitas cidades estão a ser vítimas.

As famílias e empresas afetadas pela enxurrada registada na manhã deste sábado no Grande Porto vão ter acesso a uma linha de ajuda gerida pelas autarquias, adiantou à TSF o presidente da câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues.

O autarca recebeu esta informação do presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e explica que o apoio "será sempre encaminhado através das autarquias" para evitar que os cidadãos tenham de passar "pelo processo burocrático que é muito penalizador".

"É muito importante que o município tenha esta equipa a trabalhar porque, em muitos casos, perdem-se os apoios por razões regulamentares, de desconhecimento da lei ou imprecisões no preenchimento dos papéis", lamenta o autarca, que quer que "todos se sintam apoiados".

Em Gaia, a zona mais afetada pelas águas foi a da Afurada, estando ainda em curso a limpeza de detritos das ruas. Os serviços mantêm-se "em grande alerta", uma vez que há previsão de "um novo pico de chuva" durante a noite, embora com um "volume de água muito menor".

O que aconteceu esta manhã "foi um dilúvio que criou problemas sérios", mas "dentro do que é possível chamar contido, isto foi contido a tempo e os danos são relativamente pontuais", garante.

Para o autarca, Gaia está - como outras cidades - a ser "vítima de erros acumulados em 20 ou 30 anos e de um urbanismo selvagem" que permitiu construir "tudo em todo o sítio, independentemente das condições geomorfológicas".

Com o objetivo de evitar "andar sempre a lamentar o que acontece", Eduardo Vítor Rodrigues apela a que se reveja e analise as infraestruturas, substituindo as que "estão preparadas para caudais que não são os da atualidade" e evitando os "erros urbanísticos que podem ter sido muito interessantes para muita gente enriquecer".

Os Sapadores de Vila Nova de Gaia registaram mais de 60 ocorrências entre as 10h30 e as 13h00 motivadas pela chuva forte que caiu no concelho e que encerrou várias estradas.

"Recebemos mais de 60 pedidos de ajuda, sendo que 90% das situações foram na freguesia de Canidelo", revelou à Lusa fonte dos Sapadores, que anotou ainda ocorrências nas freguesias vizinhas de Santa Marinha, Afurada e Valadares.

A fonte assinalou ainda serem as "inundações e quedas de muros" as ocorrências que mais se verificaram.

Sem registo de feridos foi, ainda assim, necessário "retirar uma pessoa de um carro que foi inundado pela água na Avenida professor Orlando Ribeiro", acrescentou.

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