Fatura da energia eléctrica não vai pesar mais na carteira dos consumidores no próximo ano

João Galamba garantiu, em declarações à TSF, que o aumento na produção de energia elétrica será compensado pela diminuição dos custos ligados às redes energéticas.

A fatura da energia elétrica não vai pesar mais na carteira dos consumidores em 2022. João Galamba, secretário de Estado da Energia, prometeu esta manhã no Fórum TSF que o aumento mais que provável na produção de energia elétrica será compensado pela diminuição dos custos ligados às redes energéticas.

João Galamba referiu que haverá mesmo uma "fortíssima" descida das tarifas de rede, fazendo quase desaparecer o custo das renováveis. Terminará ainda a fatura anual de 130 milhões de euros, ligados aos custos da Central Termoelétrica do Pego.

O secretário da Estado da Energia garantiu ainda que o Fundo Ambiental vai injetar mais verbas no sistema elétrico. "Nós temos meios suficientes para travar a subida do preço da eletricidade para 2022 para compensar a subida do preço da componente de energia da tarifa, aliviando significativamente o peso da componente de redes", salientou o governante.

"O desenho do nosso sistema e o modo como o Fundo Ambiental também recebe verbas da subida desses preços... Depois é previsto na lei que 60% dessas verbas são reinjetadas no sistema elétrico. Tudo isso somado permite neutralizar a subida da componente da energia."

A componente de custos de energia representa perto de 40% da fatura da eletricidade dos consumidores.

João Galamba aproveitou ainda para prometer um pacote específico dedicado à indústria, para as fábricas que consomem muita eletricidade, numa altura em que o Governo prepara uma compensação por custos indiretos do CO2 e incentivos ao autoconsumo.

Para os industriais estes apoios chegam, no entanto, tarde demais e são modestos. Os grandes consumidores pedem o mesmo enquadramento face à concorrência europeia, por exemplo ,os custos indirectos da electricidade são o triplo do que se pratica em Espanha.

Em Portugal o Estado paga um subsídio à indústria como segurança pelo fornecimento de eletricidade. Trata-se de um serviço de que beneficiam 50 empresas e que tem custado 88 milhões de euros.

A Associação Portuguesa de Grandes Consumidores mostra-se inquieta, e o diretor-geral desta organização, Jorge Mendonça e Costa, critica as alternativas prometidas pelo Governo. "A medida que o senhor secretário de Estado anunciou que iria entrar em vigor a partir de 1 de novembro deste ano na realidade não irá compensar, nem de longe nem de perto, a perto de um subsídio, que não se trata de um subsídio, não apenas para os nossos associados mas também globalmente para as empresas eletrointensivas."

Jorge Mendonça e Costa fala de uma perda equivalente a 120 milhões de euros por ano, que promove uma "perda de competitividade que se soma a todas as outras".

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