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A comissão de inquérito ao Novo Banco, que começa esta manhã as audições, decidiu hoje que a o deputado do PS Fernando Anastácio vai ser o relator, uma tarefa que o próprio assume como sendo "difícil, trabalhosa e complexa".
Depois de sucessivas suspensões de prazos, a Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução arranca esta manhã as suas audições, mas antes da inquirição a João Costa Pinto, ex-presidente do Conselho de Auditoria do Banco de Portugal (BdP), os deputados estiveram a decidir quem será o relator deste inquérito.
Por proposta dos socialistas, a escolha recaiu em Fernando Anastácio, deputado do PS, tendo o presidente da comissão, o deputado do PSD, Fernando Negrão, considerado que havia unanimidade, depois de uma ronda de intervenções dos vários partidos.
"É uma tarefa difícil, trabalhosa, complexa. O empenho será todo", assegurou o deputado relator designado, assegurando que "o relatório não será o do grupo parlamentar do PS, mas da comissão de inquérito".
A proposta do nome foi apresentada pelo coordenador do PS na comissão de inquérito, João Paulo Correia, no início da reunião
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"O PS, na qualidade do partido mais representado na comissão de inquérito e ao mesmo tempo um dos partidos requerentes do inquérito parlamentar, tomou a iniciativa de abordar a questão do relator com todos os partidos. Primeiro para saber se a inovação que foi trazida para o regime jurídico dos inquéritos parlamentares, o tal coletivo de relatores, seria viável ou não", explicou.
De acordo com o socialista, "não houve nas consultas" feitas "três grupos parlamentares que mostrassem disponibilidade para integrar um coletivo de redatores" e este modelo só poderia avançar "se fosse constituído por três partidos".
"Essa solução não vingou. De imediato partiu-se para a solução de relator individual", explicou.
A comissão de inquérito, cujas audições arrancam na quarta-feira, tem quatro pontos no seu objeto, que abrangem o "período antecedente à resolução e relativo à constituição do NB [Novo Banco]", o "período antecedente e relativo à alienação", o "período após alienação" e ainda pretende "avaliar a atuação dos governos, BdP [Banco de Portugal], FdR [Fundo de Resolução] e Comissão de Acompanhamento no quadro da defesa do interesse público".
A Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, como é oficialmente designada, foi constituída em 15 de dezembro do ano passado.
Tal como sucedeu com a anterior comissão, Fernando Negrão (PSD) será o presidente, e nesta o PS conta com sete efetivos, o PSD quatro e o BE dois, enquanto PCP, CDS-PP, PAN e Iniciativa Liberal estão representados, cada um, por um deputado efetivo, num total de 17.