Finanças entopem tribunais com portagens por pagar. Sindicato acusa fisco de "perversidade"

O Sindicato dos Funcionários Judiciais acusou, no Fórum TSF, o fisco de estar a cometer falhas graves.

O Sindicato dos Funcionários Judiciais acusa o Fisco de estar a desenvolver um esquema perverso: os tribunais estão entupidos com processos das Finanças contra quem não paga portagens e, explica o Jornal de Notícias, apesar de a lei determinar que quem tem várias multas tenha um processo único, ​​​​​​​as Finanças separam os processos porque, assim, ganham mais.

Alexandra Lopes, do Sindicato dos Funcionários Judiciais, acusou no Fórum TSF o fisco de estar a cometer falhas graves.

"O sistema está de tal maneira entupido que a Autoridade Tributária acaba por não fazer a primeira comunicação ao cidadão. Muitos deles são apanhados de surpresa com as notificações não feitas, partem logo para a penhora. A pessoa ainda não tomou conhecimento e já está a ser penhorada. O sistema está com uma perversidade além do normal, o que me parece grave", explicou à TSF Alexandra Lopes.

Há pessoas que não são notificadas e, apesar disso, enfrentam uma penhora. Magda Canas, especialista em assuntos jurídicos da Deco Proteste, sublinha que a Autoridade Tributária não está a cumprir a lei e garante que há pessoas que, por cêntimos, ficam com a conta penhorada.

"Por passagem de cêntimos, 80 ou 90 cêntimos num pórtico que, seja qual for o motivo, não foi pago - pode ser simplesmente por estar mal colocado ou desconhecer as regras -, leva a que se dê origem a penhora do ordenado ou ao não reembolso do IRS. Isto torna, efetivamente, o sistema bastante injusto", alertou Magda Canas.

A especialista da Deco defende também que quem não tem Via Verde não pode ser prejudicado: "Os utilizadores que não dispõem de Via Verde estão sujeitos a um sistema de cobrança de portagens que é, originariamente, injusto e ineficiente onde há uma manifesta falta de informação."

Ao entrar numa autoestrada com pórticos eletrónicos, assinala "não há qualquer informação sobre os prazos, local onde fazer os pagamentos e consequências do não pagamento atempado. Esta é a verdadeira raiz do problema porque é isto que tem vindo a empurrar milhares de condutores que nos têm vindo a chegar para processos de cobrança que, muitas vezes, chegam mesmo à execução fiscal. Consideramos que falta mais e melhor informação nas autoestradas com pórticos eletrónicos e é urgente disponibilizar a quem não é cliente Via Verde uma alternativa viável, acessível e sem custos adicionais de pós-pagamento", acrescentou a especialista em assuntos jurídicos.

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