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A ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Porto terá "um tempo de percurso direto" de 01h15 após 2030. A construção desta nova linha será feita de forma faseada.
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"Será construída uma nova linha, em via dupla, de alta velocidade entre Porto e Lisboa, em bitola ibérica, com o tempo de percurso direto entre a Campanhã e Lisboa-Oriente de 01h15", anunciou Carlos Fernandes, do conselho de administração da Infraestruturas de Portugal (IP), durante a apresentação do projeto de alta velocidade para ligação de Lisboa ao Porto e do Porto a Vigo, em Espanha, esta quarta-feira, no terminal ferroviário de Campanhã, no Porto.
CONHEÇA, NA ÍNTEGRA, O PROJETO DA NOVA LINHA DE ALTA VELOCIDADE
A construção da nova linha de alta velocidade será realizada em três fases: a primeira, entre 2024 e 2028, em que Porto e Soure ficarão a 1h59 de distância; a segunda, entre 2026 e 2030, em que o tempo de distância entre o Porto e o Carregado será de 1h19; e a terceira, que ficará pronta depois de 2030, e que permitirá viajar de comboio entre Lisboa e Porto em 1h15.
Carlos Fernandes afirmou que esta nova linha estará "integrada com o resto da linha ferroviária nacional". "Será um eixo totalmente integrado, vai servir as cidades nas suas estações centrais sem necessidade de novas construções. Os benefícios estendem-se ao resto do país e não só a Porto e Lisboa", explicou.
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Já sobre a linha de alta velocidade entre Porto e Vigo, Carlos Fernandes destacou que, numa primeira fase, será possível viajar entre as duas cidades em uma hora e, numa segunda fase, o percurso demorará 50 minutos.
As avaliações de impacto ambiental serão agora os próximos passos. O administrador da IP indicou que os impactos serão "muito minimizados".
Carlos Fernandes disse ainda que a IP está a trabalhar em parceria com a Câmara do Porto para desenvolver um projeto que integre a "nova" estação de Campanhã na cidade.
Já em Vila Nova de Gaia, este projeto implica a construção de uma nova estação, infraestrutura essa que "foi estudada com o Município" e que ficará no cruzamento de duas linhas de metro (linhas amarela e Rubi) em Santo Ovídio.
"Um passageiro que chegue no comboio de alta velocidade poderá, imediatamente, apanhar o metro", disse Carlos Fernandes, garantindo que também neste caso a solução está articulada com a empresa Metro do Porto.
Em causa está uma estação para servir a área ocidental do Porto e de acesso à alta velocidade a toda a zona Sul do Porto.
Quanto à estação de Aveiro, a IP acredita que será a que necessita de "menor intervenção" por ser uma estação "relativamente recente" localizada no centro da cidade, tendo de intervir "apenas nas plataformas".
"Na estação de Coimbra temos mais trabalho a fazer. É uma estação onde a intervenção tem vindo a ser adiada, mas é também onde o projeto está mais adiantado. Está tudo integrado com o sistema de mobilidade do Mondego. A partir de Coimbra, no futuro, será possível alcançar mais de 150 destinos por comboio", acrescentou.
Carlos Fernandes apontou que no âmbito deste projeto a Linha do Norte a Sul de Coimbra será "quadruplicada".
Na apresentação de hoje, que juntou técnicos, governantes e autarcas, foram ainda apresentados projetos para outras estações e ligações, nomeadamente em Leiria e em Lisboa, local onde será construído um terminal técnico e ampliada a estação do Oriente.
"Iremos construir três novas linhas no lado de terra para acomodar o tráfego de alta velocidade. O terminal técnico será construído a jusante desta estação. O projeto está articulado com uma eventual futura terceira travessia do [rio] Tejo, caso venha a ser construída", concluiu.
O presidente da IP, Miguel Cruz, recordou que este projeto está incluído no investimento global de 43 mil milhões de euros a realizar até ao final da década na área dos transportes, sendo que 11 mil milhões de euros serão investidos na ferrovia.
Miguel Cruz descreveu os objetivos deste investimento, sublinhando que este está enquadrado nos objetivos de diminuição do impacto ecológico, pretendendo-se "contribuir para a descarbonização do setor dos transportes".
O presidente da IP, salientou que este novo projeto tem como objetivos estratégicos a "coesão territorial, a competitividade e a inovação, a sustentabilidade e a ação climática" e a "redução generalidade dos tempos de percurso".
Notícia atualizada às 12h45