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O ministro das Infraestruturas e da Habitação considerou esta manhã no Fórum TSF, que a companhia aérea tem sido vítima de ataques permanentes, mesmo num momento em que os voos têm sido reforçados a partir do Porto. Pedro Nuno Santos admite discutir o reforço dos apoios para atrair voos de outras companhias aéreas que sejam considerados estratégicos para a região Norte.
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"O caminho não é o ataque à TAP. Defender o Porto e o Norte é defender com inteligência e exigir apoios para que se façam rotas que se entendam que sejam necessárias e não existem a partir do Porto", explica, sublinhando que "tem havido um ataque permanente à TAP quando a TAP tem reforçado os voos a partir do Porto".
O ministro Pedro Nuno Santos diz que o caminho "não é o ataque à TAP"
O ministro das Infraestruturas e da Habitação admite ainda o reforço dos apoios dados à região Norte para atrair mais voos de outras companhias.
"Temos de saber o que se pretende, quais as disponibilidades das companhias aéreas. Se nos limitarmos a atacar a TAP, aí não anda nada para a frente. Estamos sempre disponíveis para receber sugestões e propostas e trabalhá-las."
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"Hoje há dezenas de rotas do Porto que são financiadas. Não podemos dizer que pusemos dinheiro na TAP e exigir que a TAP faça rotas que dão prejuízos. A TAP tem de ser saudável financeiramente. Esse é o esforço que estamos a fazer para que a TAP recupere com saúde para poder proporcionar ao país milhares de milhões de exportações importantes para a economia nacional", esclarece.
Pedro Nuno Santos refere a importância de uma TAP "saudável financeiramente"
O modelo de negócio da TAP assenta em "Hub and Spoke", o que significa que "vai buscar passageiros e leva-os para outros destinos, ou seja, não é uma companhia aérea que faz ponto a ponto como as low cost". "As companhias com o modelo aéreo da TAP têm tendência a concentrar-se num aeroporto. Apesar deste modelo de negócio, a TAP é a única companhia aérea que liga o Porto ao Rio de Janeiro, São Paulo, Nova Iorque, e com largas rotas regulares para vários destinos europeus", explica o ministro, referindo que a TAP "é determinante e importante para o Porto".
A polémica com os voos da TAP a partir do Porto surgiu com uma notícia do Jornal de Notícias (JN) que dava conta de que, face ao verão de 2019, a TAP vai operar menos sete rotas e oferecer menos 705 mil lugares a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, ao contrário das principais companhias internacionais que reforçam a presença a partir do Porto.

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Pedro Nuno Santos afirma que a notícia está errada, porque "compara os voos da TAP em 2022 com 2019 e compara os voos de todas as outras companhias aéreas com 2021, o que permite concluir que a TAP está a cair face a 2019, e as outras companhias a subir. Mas aí a comparação é feita com 2021".
O governante refere que, hoje, a TAP "está a reforçar os voos a partir do Porto e é lamentável que alguns políticos sintam necessidade de atacar a TAP quando a TAP esta a recuperar de uma situação profundamente difícil e a recuperar a partir do Porto".
Pedro Nuno Santos garante que a TAP está a reforçar os voos a partir do Porto
Em resposta, a diretora do JN, Inês Cardoso, explica que a notícia "é bem explícita e clara". Embora "o período de comparação possa não ser do agrado", assinala, "compara o período pré-pandemia com o ano de 2022 e a questão é perceber qual é o ponto de situação num ano em que é de retoma".
"Quando o senhor ministro diz que são feitas comparações de outras companhias com o ano passado, este não é o caso. Só poderíamos usar o mesmo período e aquilo que vamos ver é que há companhias que, além de terem já recuperado para níveis muito superiores aos da TAP, estão a voar para novas rotas que não existiam antes da pandemia. Estamos a falar dos mesmos períodos", garante Inês Cardoso.
A diretora do JN considera que a "notícia é muito clara nas conclusões. A TAP está a crescer relativamente ao último ano. Os dados que fazem a manchete são claros quer quanto à redução do número de cidades onde a TAP voa, quer quanto ao total de lugares do que é a operação total da TAP na cidade".
"É assim, porque, como o senhor ministro explicou, pelas características das companhias de bandeira, a TAP tem de concentrar a sua operação em Lisboa, daí que tenha sido reforçada a ligação Porto-Lisboa. Agora o que tem de se perceber é quais são os termos de sustentabilidade da TAP e não estar a insistir em tentar desmontar algo que é muito objetivo."
"O crescimento do aeroporto do Porto tem sido sustentado no crescimento de rotas ponto a ponto, das companhias low cost e que tem a ver com a ocupação de espaços deixados em aberto pela própria TAP", acrescenta.

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Ouvido no Fórum TSF antes de Pedro Nuno Santos, o presidente da Câmara do Porto rejeitou a resposta da TAP às críticas que foram feitas à companhia aérea na sequência do corte de mais de 700 mil lugares com partida do aeroporto Francisco Sá Carneiro, relativamente ao que acontecia com o verão de 2019.
A TAP diz que, em comparação com o ano passado, aumentou o número de voos desde o Porto, mas Rui Moreira diz que essa é uma resposta que não colhe.
"No ano passado, praticamente não havia transportes aéreos, a indústria da aeronáutica estava parada. Os números são muitos piores do que aquilo que foi anunciado. Perdemos 750 mil lugares, mas a TAP está a aumentar significativamente o número de voos entre Porto e Lisboa, de 40 para 70 voos semanais, querendo obrigar a que as pessoas que venham para o Porto através da TAP venham por Lisboa e as que querem sair do Porto também têm que sair através de Lisboa", diz.
Ouça aqui as declarações de Rui Moreira no Fórum TSF