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No segundo dia de greve dos revisores e dos trabalhadores das bilheteiras, até às 08h00, ficaram por fazer 115 ligações de comboio das 255 que estavam previstas.
Efetuaram-se 140, a maioria integradas nos serviços mínimos. Às 09h30 a paralisação registava "uma adesão maciça", estando a ser cumpridos os serviços mínimos e com a maioria das bilheteiras encerradas, disse fonte sindical à agência Lusa.
De acordo com Luís Bravo, esta "adesão maciça" demonstra o "grande descontentamento" dos trabalhadores.
"Não se aceita que um conselho de administração aprove um orçamento em que tenha apenas previsão de aumento salarial para os trabalhadores que estão a transitar da EMEF para a CP e exclua todos os outros. Transmite uma mensagem de que para este conselho de administração só os trabalhadores das oficinas importam e todos os outros não importam para nada", disse.
No entendimento do sindicato, "a situação é revoltante", salientando que nos últimos 10 anos os trabalhadores receberam apenas aumentos residuais.
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As ligações mais afetadas são de longo curso e os urbanos das grandes cidades: Lisboa e Porto, bem como alguns serviços regionais.
A greve estende-se até terça-feira.
Os revisores e trabalhadores de bilheteiras reivindicam aumentos salariais.
A CP alertou que nesta segunda e terça-feira, dias da greve convocada pelo SFRCI, em protesto contra a proposta de regulamento de carreiras e reclamando aumentos salariais e o cumprimento do acordo de empresa - "podem ocorrer fortes perturbações na circulação de comboios a nível nacional".
O SFRCI acusa a CP de "violação do acordo de empresa em vigor" e exige a "aplicação do acordo assinado com o Ministério das Infraestruturas em 2018, relativo à certificação do agente de acompanhamento".
A "manutenção dos níveis segurança ferroviária" é outra das reivindicações feitas, com o sindicato a considerar que estes "estão a ser colocados em causa pela CP e pelas alterações impostas pelo IMT [Instituto da Mobilidade e dos Transportes] aos regulamentos gerais de segurança, cujo objetivo é servir as empresas privadas que reduzem postos de trabalho e custos com segurança ferroviária".
Finalmente, a greve visa condenar o "abuso do poder disciplinar" que os trabalhadores dizem vigorar na CP.
De acordo com o dirigente do SFRCI António Lemos, são abrangidos pelo pré-aviso de greve "800 a mil trabalhadores" das carreiras comercial e de transportes da CP.
A CP já anunciou que quem já tiver bilhetes para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional, poderá solicitar o reembolso do valor total do bilhete adquirido ou a sua revalidação, sem custos.
* Atualizado às 10h12