"Mais uma machadada." Empresários e agricultores preocupados com aumento do preço da eletricidade

Presidente da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas considera que este aumento é incompreensível.

O preço da eletricidade vai voltar a aumentar, a partir de 1 de outubro, com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) a determinar uma subida de 1,05 euros por mês para a maioria dos consumidores em mercado regulado. Jorge Pisco, presidente da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas, está muito preocupado com esta subida.

Numa altura em que vão acabar os apoios às empresas, devido à pandemia, Jorge Pisco considera que este aumento é incompreensível. Vem agravar ainda mais a situação das empresas.

"Este aumento da eletricidade vai ser mais uma machadada na situação tão dramática que as micro, pequenas e médias empresas atravessam. Não compreendemos esta situação, principalmente com esta pandemia de quase 19 meses, em que as empresas estão a atravessar uma crise económica tão grave. Este aumento do preço da eletricidade vai agravar ainda mais a situação económica das empresas", explicou à TSF Jorge Pisco.

O presidente da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas adivinha uma nova crise económica e alerta que a subida dos preços vai ser inevitável.

"O que vai acontecer será uma crise económica, isto é tudo uma bola de neve, ou seja, não é só o aumento da eletricidade, é também o dos materiais, produtos e bens de consumo que vai disparar. É uma bola de neve que leva a que as coisas disparem também em termos de preços de consumo", acrescentou presidente da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas.

Luís Mira, secretário-geral da Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP), diz que o aumento do preço da energia é inaceitável e vai levar à perda da competitividade na concorrência com outros países europeus.

"Já tínhamos um dos preços de energia elétrica mais caros da União Europeia e já existiram promessas de apoio no ano passado, que até foram incluídos nas propostas de orçamento à eletricidade utilizada pelos agricultores. Na prática, depois, o Governo não implementou a medida, não teve nenhum impacto no setor agricola. Agora vai haver um novo aumento e enquanto o nosso Governo aumenta o preço da energia aos agricultores, o governo espanhol acabou de criar um apoio à eletricidade utilizada pelos agricultores. Concorremos com os agricultores europeus e temos custos de produção muito mais elevados", considerou Luís Mira.

O secretário-geral da CAP espera que o Governo cumpra o que prometeu, sublinhando que não conhece qualquer almofada, como foi referido pelo ministro do ambiente.

"É altura de o Governo concretizar as promessas. Não conheço nenhuma almofada, muito menos do ministro do Ambiente. Do ministro só conheço situações que vêm prejudicar a competitividade das empresas agricolas, nunca vi nenhuma almofada. Se quer defender a economia e ver o país a aumentar as cotações, o Governo tem de tomar medidas", pediu o secretário-geral da CAP.

Se os agricultores não forem apoiados, o responsável da CAP não tem dúvidas de que os consumidores vão ter de pagar mais pelo produto final.

"Quando os custos aumentam, o preço do produto tem de aumentar. Se estamos a concorrer com outros países e com os mesmos produtos, o preço tem de aumentar e perdemos competitividade. Vai haver também um aumento dos preços para os consumidores. Se os custos aumentam, vai ser o produtor a ficar com o aumento do custo? Não, tem de se refletir no produto", acrescentou Luís Mira.

No diz 1 de julho, as tarifas da eletricidade também subiram para os clientes domésticos que continuam em mercado regulado, em resultado do aumento dos preços da energia nos mercados grossistas, numa atualização com valores iguais à que agora ocorre.

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