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Entre as medidas recentemente anunciadas pelo Governo para combater os efeitos económicos em Portugal da guerra na Ucrânia estão uma linha de crédito de "apoio à produção" no valor de 400 milhões, o apoio de 30 cêntimos por litro de combustível para camionistas e TVDE, um novo apoio social para as famílias mais vulneráveis e a isenção ou redução do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) no gasóleo agrícola e uma antecipação de linha de crédito.
Mas a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) pede ao Governo que elabore um real plano de emergência. No Fórum TSF, João Vieira Lopes reconheceu o mérito das medidas anunciadas esta segunda-feira pelo ministro da Economia, mas o presidente da Confederação do Comércio considera que são insuficientes para fazer face a uma situação de emergência.
"As linhas de crédito são positivas mas as empresas já estão muito endividadas e, portanto, é preciso criar um alívio fiscal claro sobre as pessoas e sobre as pessoas também, para ver se mantêm algum nível de poder de compra", argumenta.
A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal defende um alívio fiscal
Já o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) não tem dúvidas de que é inevitável um aumento de preços no setor turístico. Ainda assim, Francisco Calheiros defende que, estando Portugal no extremo ocidente da Europa, o país pode beneficiar da sua localização geográfica. As reservas, que deixaram de ser pré-pagas, ainda não começaram a ser canceladas. Mas o presidente da Confederação do Turismo de Portugal teme que estas condições não resistam às consequências da guerra, pelo que as ajudas do Governo sabem a pouco.
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"As medidas vêm mitigar o aumento dos preços, mas não vêm cobrir todo o aumento que neste momento está a acontecer e que, infelizmente, se prevê que venha continuar a subir. Não podemos esquecer que, nomeadamente no que diz respeito às empresas de turismo, estamos a fazer dois anos de pandemia e, quando começávamos a ver a luz ao fundo do túnel, (...) com um aumento de reservas brutal este ano, tudo o que não precisávamos era desta guerra e a única certeza que temos é a incerteza", declara Francisco Calheiros. "Temos de nos preparar para o pior."
A Confederação do Turismo de Portugal lembra que as medidas não vêm cobrir os aumentos sentidos
A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) recebeu positivamente as medidas tomadas pelo Governo, apesar de considerar que ficam aquém das necessidades.
O presidente da confederação, António Saraiva, afirma que a magnitude da crise obriga a respostas mais musculadas e, nesse campo, a União Europeia pode canalizar de imediato verbas que estão aprovadas, e que só têm de ser agora requeridas. "Temos aí um pacote financeiro que pode ajudar os Estados-membros a aliviarem estes problemas", indica.
A Confederação Empresarial de Portugal diz que os fundos europeus devem ser utilizados
Também o lay-off simplificado, mais cedo ou mais tarde, terá de ser recuperado, "para que todos nós tenhamos esta perspetiva de salvar postos de trabalho, para que as empresas não encerrem atividade e para que não venham a abrir falência", defende António Saraiva.
