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Cabaço Martins, presidente da ANTROP, Associação de Transportadores Rodoviários Pesados de Passageiros, afirma que o congelamento dos preços nos transportes é a pensar nas famílias, mas o Governo não deve esquecer-se das empresas.
"É importante que o Governo não se esqueça das empresas, porque são elas que garantem o transporte público e o serviço público às populações. Os custos aumentam para todos e, portanto, neste sentido, aquilo que nós esperamos do Governo é que lance medidas de apoio às empresas conforme prometeu. Estamos a aguardar essas medidas para o final desta semana, no sentido de também de dar a essas empresas, designadamente, às empresas de transporte público, a devida compensação por estes aumentos brutais dos custos de produção", considera, em declarações à TSF.
Ouça aqui as declarações de Cabaço Martins à TSF
Cabaço Martins aponta ainda medidas que devem ser tomadas: "Antes de mais, medidas imediatas de apoio no que diz respeito ao aumento do preço dos combustíveis."
"Temos vindo a receber alguns apoios desde novembro do ano passado de redução do preço do gasóleo, mas essas ajudas têm sido claramente insuficientes. Neste momento, estamos a receber um apoio de 20 cêntimos por litro de gasóleo, quando os sobrecustos já ultrapassam, em muito, três vezes este valor. Diria que era o prolongamento desse apoio pelo menos até ao final do ano e o aumento desse valor e também a partir de janeiro de 2023, como Governo já prometeu, a atribuição do gasóleo profissional ao transporte público de passageiros", acrescenta.
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"Famílias primeiro." Consulte o documento com todas as medidas de apoio anunciadas por António Costa
O Governo anunciou na segunda-feira, após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, um pacote de oito medidas para apoiar "de imediato" as famílias a fazer face à inflação. O conjunto das medidas tem um valor global de 2.400 milhões de euros.
Entre os apoios anunciados está a atribuição de um vale de 125 euros a todos os portugueses com um rendimento bruto mensal até 2700 euros.
No que toca às famílias com crianças, o primeiro-ministro anunciou o pagamento de 50 euros para todos os dependentes até aos 24 anos, um apoio pago já a partir de outubro.
Para os pensionistas, o Governo revelou que receberão um suplemento extra equivalente a meio mês, suplemento que será pago de uma só vez já em outubro. Além disso, os pensionistas vão ter em janeiro um aumento entre 4,43% e 3,53% em função do valor da sua pensão.
Na energia, o Executivo adiantou que vai propor à Assembleia da República a redução a taxa do IVA sobre a eletricidade de 13% para 6%. O objetivo do Governo é que a proposta seja agendada e discutida com "caráter de urgência", de modo a que entre em vigor a 1 de outubro. No gás, os consumidores podem voltar ao mercado regulado.
O Governo prolonga também até ao final do ano a suspensão do aumento da taxa de carbono; a devolução aos cidadãos da receita adicional de IVA, assim como a redução do ISP.
Assim, nesta semana, por cada 50 litros os consumidores "pagarão menos 16 euros de gasolina ou menos 14 euros de gasóleo".
No pilar da habitação, o Governo limita até 2% a atualização das rendas, com compensação no IRS/IRC dos senhorios.
Nos transportes, o Executivo garante a manutenção do preço dos passes urbanos e das viagens nos Comboios de Portugal em 2023.