"Peca por tardio." Deco diz que IVA zero em bens essenciais "não tem o impacto que famílias precisam"

Segundo as contas da Deco, o cabaz a 0% de IVA com os 41 produtos monitorizados pela Associação de Defesa do Consumidor vai permitir uma poupança que não chega aos oito euros.

A Associação de Defesa do Consumidor considera que a redução do IVA é uma medida insuficiente e que peca por tardia. Rita Rodrigues, da Deco Proteste, fez as contas e a poupança no cabaz de alimentos básicos não chega aos oito euros.

"Do acompanhamento que fazemos dos 63 produtos, 41 são produtos que estão abrangidos pela listagem de IVA zero. Esses 41 produtos custariam, a 22 de março, 139,73 euros, com o IVA zero passarão a custar 131,82 euros, ou seja, nesses 41 produtos que fazem parte do cabaz que monitorizamos desde o início do ano, o consumidor teria uma poupança de 7,91 euros", explica à TSF Rita Rodrigues.

Para a jurista da Deco, esta é "uma medida que peca por tardia e que não tem o impacto que as famílias portuguesas neste momento precisam".

"Percebemos que os consumidores estão com sérias dificuldades em fazer face às despesas e será necessário outro tipo de medidas", defende.

A jurista da Deco Proteste afirma que vão continuar a monitorizar o preço dos alimentos, mas Rita Rodrigues apela a uma mobilização nacional: todos devem estar atentos e fiscalizar o valor cobrado pelos alimentos.

"Por um lado, a ASAE vai ter fazer o seu papel, mas não vamos conseguir ter um inspetor em cada esquina. Tem que haver uma mobilização nacional no sentido de estarmos atentos, denunciarmos as situações e garantirmos que a medida é aplicada e tenha alguma repercussão nos bolsos dos consumidores", sustenta.

"Tem que ser altamente controlado e fiscalizado, até para que não haja desconfianças. Temos que acreditar e perceber e comprovar que esta medida vai ser corretamente implementada", acrescenta.

O cabaz de produtos com IVA zero apresentado na segunda-feira pelo Governo inclui atum em conserva e bacalhau, além de vários tipos de frutas, legumes, laticínios, carne e ovos, para combater a subida dos preços alimentares.

A lista conta com vários produtos essenciais, como pão, batatas, massa e arroz e vários legumes, incluindo cebola, couve portuguesa e brócolos.

Entre os 44 produtos apresentados estão ainda frango, carne de porco e azeite.

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