Portugal ainda não tem registo de poupança de eletricidade, mas tem de chegar aos 5% este ano

Avança devagarinho o Plano de Poupança de Energia. O primeiro relatório para enviar a Bruxelas ainda não tem dados sobre poupança efetiva de eletricidade, que tem de ser de 5% até ao fim de dezembro. Entre as exceções, nos centros comerciais as escadas rolantes estão mais lentas e a iluminação de Natal fica apagada até ao anoitecer.

Os últimos dados da Redes Energéticas Nacionais (REN) indicam que em outubro gastou-se mais luz do que no mês anterior (0,8%) e do que na mesma altura do ano passado. O plano do Governo, acordado com a Comissão Europeia, foi apresentado em setembro, mas em meados de novembro ainda dá os primeiros passos no terreno.

À TSF, o presidente da Agência para a Energia (ADENE), responsável pela concretização do plano, assume que o que mais tem nesta altura é otimismo: "Sou otimista e estou confiante de que tudo faremos para atingir essa meta."

A meta de que Nelson Lage fala é a de um corte de 5% no fim do ano e que terá de ser de 15% até março de 2023. Isto na versão de poupança voluntária, porque caso não se atinjam as metas, Bruxelas transforma o "voluntário" em "obrigatório". Neste caso, Portugal terá ainda assim uma atenuante de ter de concretizar apenas uma poupança de 7%.

Por agora, a Europa tem reservas para se manter quente e a funcionar este inverno, mas dependendo do andamento do conflito na Ucrânia, para o ano pode ser pior.

Nelson Lage antecipa que a Comissão Europeia pode agravar as metas de poupança em breve porque "há grande preocupação, até da Agência Internacional de Energia, que os impactos das falhas no fornecimento de gás natural possam ser muito mais graves dentro de um ano". Daí a importância de poupar mais o quanto antes.

As medidas de poupança serão obrigatórias apenas para a administração pública central, mas aqui ainda "estamos na fase de formação", explica.

Cada uma ao seu ritmo, as autarquias vão introduzindo cortes e no setor privado começam a sentir-se diferenças.

A Associação dos Centros Comerciais assinou esta semana o seu compromisso de poupança, mas o diretor-executivo, Rodrigo Moita de Deus, garante que os clientes destes espaços já terão reparado, por exemplo, que "as escadas rolantes estão mais lentas, os ares condicionados disparam quando a temperatura se começa a afastar dos 20 graus Celsius e a iluminação é mais restrita."

Destaca o caso da iluminação de Natal que, por esta altura, já costumava estar a cumprir o seu papel de chamariz para as lojas e que agora, "na maioria dos centros comerciais, só é ligada a partir das 17 ou 18 horas".

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