Portugal tem reservas de gás para "pelo menos três meses sem abastecimento"

Coordenador do Observatório Ibérico da Energia adianta à TSF que, a mostrar-se necessária, a solução para garantir o abastecimento pode passar por um reforço das importações dos Estados Unidos.

Apesar do aviso de cortes no fornecimento de gás por parte da Nigéria, não há razões para alarme em Portugal. A garantia é de António Eloy, especialista em energia, que em declarações à TSF explica que, mesmo "sem entrar na lógica de cortes e reduções drásticas" em caso de falha, o país tem reservas "para três meses".

"Pode parecer muito ou pode parecer pouco, consoante o ponto de vista", reconhece, mas "não é previsível que esta situação que vivemos, de constrangimentos a todos os níveis" se mantenha.

A ser necessária, a alternativa para Portugal - e para a Europa - pode passar por "aumentar as importações de gás dos Estados Unidos da América" que, sendo desde já "o maior fornecedor de gás à Europa", ficam "otimamente satisfeitos se puderem exportar mais".

No caso específico nacional, António Eloy identifica a poupança, o aumento da eficiência energética e a redução de "gastos desnecessários" como estratégias válidas para reduzir os consumos, "inclusivamente alterando a produção nalguns setores industriais que são mais consumidores de gás, como é o caso das cerâmicas".

Já no caso das famílias, os cortes "teriam de ser programados e anunciados com alguma antecedência", mas neste momento não há perspetivas de que qualquer Governo "antecipe cortes e, muito menos, reduções forçadas".

Assim, o Coordenador do Observatório Ibérico da Energia insiste na ideia de que Portugal não vai passar por dificuldades: "Neste momento, não vejo - e concordo por uma vez com a posição emitida pelo Ministério do Ambiente - situação nenhuma que provoque qualquer alarme."

Na noite desta segunda-feira, a Nigeria LNG Limited alertou a Galp para "uma redução substancial na produção e fornecimento de gás natural liquefeito" devido às chuvas e inundações registadas na África Ocidental e Central, que pode meter em risco o abastecimento em Portugal, segundo nota enviada pela empresa portuguesa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Naquela nota, a Galp dizia que ainda "não foi disponibilizada qualquer informação que suporte a avaliação dos potenciais impactos do evento, que poderão, no entanto, resultar em perturbações adicionais de abastecimento" à petrolífera portuguesa.

No seguimento daquele anúncio, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática adiantou que "não existe neste momento qualquer confirmação de redução nas entregas de gás da Nigéria", afirmando não haver "escassez no mercado".

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