Preço da eletricidade está elevado, mas cenário podia ser pior

É mais uma voz a alertar para os aumentos na próxima fatura da eletricidade. À TSF, a Cooperativa Copérnico explica que houve demasiadas expectativas na criação do mecanismo ibérico para conter os preços, mas sem ele pode ser pior. Pelo menos por agora, o refúgio pode estar na tarifa regulada, ainda que só para as famílias.

Ao contrário do previsto e do que chegou a ser anunciado, os preços da eletricidade não baixaram com o acordo europeu para fixar um teto ibérico aos preços do gás usado para produzir eletricidade. Pelo contrário vão aumentar e quem renovou ou fez contrato depois de 26 de abril vai aperceber-se rapidamente.

"O que está a acontecer é que o preço da energia previsto no mecanismo de ajuste está muito mais elevado do que aquilo que era a primeira expectativa", explica Ana Sofia Antunes. A coordenadora executiva da Cooperativa Copérnico, produtora e comercializadora de energias renováveis, faz as seguintes contas: "esperava-se um preço à volta dos 100 euros por megawhat uma compensação na ordem dos 10 euros/MW. Na realidade, a energia ronda os 160 euros/MW o mecanismo custa qualquer coisa próxima dos 120 euros por megahertz, o resultado é um preço de 280 euros/MW no mercado grossista".

Ana Rita Antunes admite que, ainda assim, o resto da Europa está a pagar um pouco mais e não sabemos ao certo que preço iríamos pagar sem este teto ibérico.

Outro problema apontado "é que houve falha de comunicação". Nenhuma entidade oficial, como a ERSE (Entidade Reguladora do Setor Energético) veio dar informação clara e oportuna aos consumidores, "o resultado é que cada empresa repercute o preço deste mecanismo na fatura à sua maneira".

A Cooperativa Copérnico já aconselhou os seus clientes a voltarem ao mercado regulado, mais estável e para já mais barato. "Ao contrário do que aconteceu em Espanha", a SU Eletricidade, empresa comercializadora do mercado regulado em Portugal, não está obrigada a adotar o mecanismo ibérico que vai vigorar, para já, até maio do ano que vem.

Ao contrário do governo português, em Espanha, o executivo decidiu baixar (pela segunda vez) o IVA da eletricidade, agora para 5%, e também anuncia um imposto sobre lucros inesperados de empresas como as do setor da energia.

Recomendadas

Outros Conteúdos GMG

Patrocinado

Apoio de