PSD quer email com instruções de Galamba sobre divulgação de resultados da TAP

Na Comissão de Inquérito à TAP, o administrador financeiro confirmou o envio de um mail pelas Infraestruturas. Gonçalo Pires rejeita envolvimento no processo de indemnização de Alexandra Reis.

O administrador financeiro da TAP garante que não teve qualquer envolvimento no processo que levou à saída de Alexandra Reis como uma indemnização de 500 mil euros.

"Não estive na decisão, não estive na elaboração, não estive na negociação, não estive nas conversas com advogados, não tive com as conversas com a tutela e não tive participação no acordo, nem nos termos do acordo, nem conhecia, em concreto, os termos do acordo para a saída do engenheiro Alexandre Reis," afirmou Gonçalo Pires na comissão de inquérito à TAP, repetindo aquilo que disse à Inspeção-Geral de Finanças.

O administrador financeiro admite que a saída de Alexandra Reis "não foi uma surpresa até porque era conhecida a intenção da Presidente da Comissão Executiva de fazer alterações à equipa executiva e não executiva."

Gonçalo Pires repetiu, várias vezes, que soube da saída "poucos dias antes", mas que só recebeu a confirmação oficial no dia 4.

"A minha responsabilidade no processo é financeira e aí a minha responsabilidade é total" sublinhou o administrador financeiro detalhando a forma como decorreu o processo de pagamento da indemnização a Alexandra Reis.

"A mim não me foi pedida uma autorização para o pagamento de qualquer tipo de indemnização. Eu não tive conhecimento em concreto do valor. Simplesmente porque dois administradores que comprometem a sociedade enviam uma instrução aos recursos humanos, área que não tutelo, os recursos humanos processam uma instrução e esta instrução está encriptada," explicou.

Gonçalo Pires afirmou ainda que se essa instrução "tem cabimento orçamental, não tem que ter reporte a mim, o administrador financeiro, se não tivesse cabimento orçamental teria, mas teve e tendo cabimento orçamental essa instrução é passada de forma encriptada às instituições financeiras que depois geram um código em bolo para autorização na tesouraria."

O email de Galamba

O administrador financeiro da TAP adiantou ainda que o ministro João Galamba, de quem disse ser amigo "desde os tempos da faculdade", enviou um mail sugerindo que a apresentação de resultados devia ocorrer de forma discreta.

"Recebemos indicações da tutela, como fazemos sempre e perguntamos quando poderemos apresentar resultados se o poderíamos fazer no dia 21, e a forma como poderíamos apresentar os resultados e foi-nos confirmado que deveríamos concentrar-nos nas na apresentação aos investidores," explicou Gonçalo Pires que antes tinha considerado que, nas atuais circunstâncias, ele e outros elementos consideravam que a apresentação deveria ocorrer de forma "discreta."

Na sequência destas declarações, o deputado Paulo Moniz anunciou que o PSD requereu o envio à comissão "ao mail, instrução, ordem expressa do ministro João Galamba para que o formato da conferência de imprensa fosse o que foi."

Nesta audição, Gonçalo Pires admitiu ainda que o plano de reestruturação foi violento para os contribuintes e para os trabalhadores da TAP.

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