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O Chega coloca um travão a uma geringonça à direita, no Governo central, o que contrasta com o acordo parlamentar que o partido acertou com o PSD nos Açores. Para retirar o PS do poder, e levar o PSD ao Governo regional, o Chega aceitou dar suporte à direita, mas admite que "não foi um bom acordo".
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Aos microfones da TSF, durante a convenção do partido, que decorre em Santarém, Pedro Pinto admite que o Chega "tem de aprender com os erros que se cometeram nos Açores" para chegar ao Governo em São Bento.
Ouça a entrevista na íntegra.
"O acordo dos Açores é feito numa conjuntura em que o Chega tinha pouco mais de um ano de partido, foram as primeiras eleições que levamos a sério e sabíamos que íamos a eleger. Não vou dizer que foi um mau acordo, mas não foi um bom acordo", admite.

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Pedro Pinto garante que o partido "já aprendeu com erros" e, por isso, traça agora linhas vermelhas para um futuro Governo, possivelmente, liderado pelo PSD. Desde logo, a pasta da Justiça "que é uma bandeira do Chega".
"O PSD, por muito que diga que defende a justiça, tem abdicado dessa bandeira e não tem feito oposição ao Governo socialista. O PSD não tem falado, praticamente, em corrupção", atirou, em entrevista à TSF.
Ainda assim, Pedro Pinto não se compromete com pastas ministeriais, dizendo apenas que a divisão de pastas "tem de ser negociada" com os restantes partidos, embora o partido "não se venda" ao PSD.
Madeira? "Seremos a bitola para tirar a maioria absoluta ao PSD"
No discurso de abertura do congresso, André Ventura afirmou que "quer fazer tremer" o Governo regional da Madeira, liderado por Miguel Albuquerque, apontando às eleições regionais do final do ano. Ora, na resposta, o líder social-democrata lembrou que o Chega "não tem relevância política na Madeira".
Instado a comentar as palavras de Miguel Albuquerque, Pedro Pinto centra-se em alegadas fragilidades do Governo PSD/CDS-PP, onde o partido ainda não tem representação parlamentar.
"Significa que Miguel Albuquerque já está preocupado com o Chega. Este sinal é de que está preocupado. Sabe, tão bem como nós, que o Chega tem relevância política na Madeira e os madeirenses estão fartos do nepotismo que existe no Governo", disse.

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O líder parlamentar do Chega mostra-se confiante que o Chega "será a bitola para tirar a maioria absoluta ao PSD", embora o partido já esteja em coligação com o CDS-PP na Madeira, escusando-se a definir objetivos eleitorais concretos.
Quanto a Nuno Afonso, fundador e número dois do partido, que ameaçou candidatar-se à liderança, mas vai entregar o cartão de militante brevemente, em colisão com André Ventura, Pedro Pinto assegura que o vereador de Sintra "não é oposição" e perdeu a oportunidade para criticar a atual direção.
"Se perguntar a algum militante sobre Nuno Afonso, responde: 'Quem?'", desvaloriza o líder parlamentar do Chega.

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