Ao som de Zeca Afonso, Rui Tavares destaca "persistência" do Livre a poucos dias de voltar à AR

A primeira eleição do Livre para o Parlamento saiu furada, com toda a polémica com Joacine Katar Moreira.

De regresso à Assembleia da República (AR), Rui Tavares agradeceu "a persistência" dos militantes, que ajudaram a revigorar o Livre, mesmo depois de mortes anunciadas. No encerramento do congresso, que decorreu em Coimbra, os trabalhos fecharam ao som de "Grândola, vila morena", de Zeca Afonso.

No palanque, já depois de anunciados os resultados que deram a vitória à lista A, com 67 por cento dos votos, Tavares destacou que "é a primeira vez que um partido à esquerda fundado no novo milénio, e que não tem raízes nos anos 70, chega à AR".

"Fomos eleitos não uma, mas duas vezes. E muito obrigado por isso", disse, falando para a plateia.

A primeira eleição do Livre para o Parlamento saiu furada, com toda a polémica com Joacine Katar Moreira, que acabou por abandonar o partido, ficando como deputada não-inscrita e deixando o Livre sem representação.

Rui Tavares acredita que desta vez vai ser diferente até porque os valores no partido são comuns. Apesar de duas listas candidatas aos órgão nacionais, com os opositores a pedirem protagonismo de outras caras, além de Rui Tavares (que foi eleito deputado e é ainda vereador em Lisboa), e uma maior diversidade de vozes.

"Pensamos da mesma forma na regionalização, no aprofundamento da democracia no país, no novo modelo de desenvolvimento. Há uma grande importância no combate feminista, antirracista e antifascista, contra a ciganofobia no nosso país", descreveu Rui Tavares.

Tal como já tinha referido no primeiro dia de trabalhos, o deputado eleito acredita que o Livre tem margem para crescer, no espaço da esquerda verde europeísta, "com mais papoilas na primavera".

"Significa também que na política e na sociedade, vamos crescer com estas ideias, do partido para fora. Em convergência com os partidos da esquerda, do progressismo e da ecologia. E, também, em abrangência com toda a sociedade civil", disse.

Rui Tavares quer ajudar o partido a crescer a partir do Parlamento, com o deputado a reafirmar que a primeira proposta do partido será pelo combate ao frio nas casas, utilizando os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência para a eficiência energética das habitações.

Em entrevista à TSF, no programa Bloco Central, o dirigente já tinha prometido "cumprir as promessas", a começar com a apresentação de um plano para combater o frio.

"Em janeiro morreram seis pessoas a tentar aquecer as casas. É uma tragédia silenciosa, aparecem apenas as breves nos jornais, e é iminentemente solucionável", explicou.

A lista A, com Rui Tavares como segundo subscritor, venceu as eleições para o grupo de contacto do Livre, a direção do partido, com 67 por cento dos votos. A lista B, de oposição à atual direção, ficou-se pelos 31 por cento, e cerca de dois por centos dos votantes absteve-se.

Os membros da direção são eleitos pelo Método de Hondt, para um total de 15 lugares, pelo que a lista A consegue eleger 10 membros. Já a lista B ficou pelos cinco membros eleitos.

Para o Conselho de Jurisdição, a lista A também venceu, com 66 por cento, com o advogado Ricardo Sá Fernandes a ser reeleito para o órgão. A lista B obteve 30 por cento da votação.

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