"Aprendeu-se com a lição", mas MAI reportou "congestionamento" do SIRESP a Marcelo

O Presidente da República defende que o importante agora é aprender com os erros para que não se repitam.

O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, admitiu a Marcelo Rebelo de Sousa que houve "congestionamento e constrangimento" nas chamadas, mas não referiu que o SIRESP tenha falhado nos incêndios.

"O ministro diz-me que houve um período de grande intensidade na área de Ourém, uma multiplicação de chamadas que deram pressão sobre o SIRESP, que deu origem a um congestionamento pontual, provavelmente também devido a problemas de pedagogia de utilização. Depois normalizou. Aprendeu-se com a lição. A época de fogos tem continuado com alguma intensidade e não voltou a ocorrer", revelou Marcelo.

Para o chefe de Estado, "houve falhas e é reconhecido", mas o importante agora é aprender com os erros para que não se repitam.

"O Ministério diz que houve congestionamento e constrangimento. O que interessa é retirar as lições para o futuro na formação de quem utiliza e correção daquilo que funcionará menos bem", defendeu o Presidente da República.

Sobre o novo estatuto do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Marcelo considera que "era fundamental" promulgar porque o país precisa daquela lei e não queria atrasar o processo. Depois referiu as três dúvidas com que ficou.

"A primeira dúvida é a do tempo, muita coisa importante fica por regular até seis meses. Quanto à direção executiva, a ideia é ter uma concentração de poderes sobre todo o SNS. Como é que isso joga com a estrutura do Ministério? Tem de se moldar bem com a estrutura que existe, que é sempre conservadora e vai querer manter poderes. Como é que se conjuga com as ARS. Tem de haver participação a nível regional. Depois há várias coisas que vão ter de ser definidas que foram remetidas para diplomas: a articulação entre o SNS, setor social e privado. Não cabia tudo num diploma, vai ter de ser explicado a seguir. Como passo de arranque e partida não podia deixar de promulgar", referiu.

O caso de racismo denunciado no sábado por uma atriz brasileira em Portugal também voltou a ser comentado pelo Presidente, que afirmou que no país há um consenso generalizado contra o racismo e a xenofobia, mas reconhece que há sempre quem manifeste "ainda tiques racistas e xenófobos" que não se podem generalizar.

"Também não há nenhuma alergia à comunidade brasileira. Ainda hoje fui à praia mais próxima de Belém, que é frequentada maioritariamente por imigrantes, e posso testemunhar que é injusto generalizar dizendo que em Portugal o comum dos portugueses é racista ou xenófobo. Há casos desses e devem ser considerados e punidos. O que não é possível é haver a ideia de que em Portugal há uma alergia aos brasileiros e ao Brasil. Não há portugueses puros. Todo o ser humano veio de África, é bom que as pessoas tenham a noção. Não há ninguém que possa dizer que tem sangue puro, não há", acrescentou Marcelo.

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