Ataque a centro ismaelita: Marcelo fala em possível reação a "intervenção" sobre poder parental

Questionado sobre o acompanhamento dado a Abdul Bashir, o Presidente da República garante que "não podia ter sido mais atento".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, garante que o acompanhamento ao afegão que atacou o centro ismaelita de Lisboa "não podia ter sido mais atento" e indicou que o episódio pode ter sido uma "reação perante a intervenção de instituições quanto ao exercício do poder parental".

O homem afegão que matou duas mulheres e feriu gravemente um homem com uma faca é viúvo e pai de três filhos menores e recebia ajuda alimentar e familiar da parte da comunidade Ismaili.

Esta quarta-feira, em Belém, o chefe de Estado adiantou que, "se houve problema" com o acompanhamento, "foi por ser muito atento".

"Se houve reação pessoal - vamos ver se é essa a explicação, pessoal e familiar -, é precisamente porque houve, da parte da comunidade, preocupação com aquela família, com enquadramento familiar e o comportamento", revelou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República acrescentou que tal "acontece com muitas famílias, em que há reações perante a intervenção de instituições quanto ao exercício do poder parental".

Quanto à reação do país ao ataque, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que, "genericamente, a sociedade portuguesa reagiu muito bem".

"Esta coisa de termos quase 900 anos quer dizer que já vimos de tudo", apontou, incluindo "situações que são de facto graves", como "felizmente pouco terrorismo e criminalidade mais grave ou menos grave", a par de uma revolução "com tudo o que podia ter, e não teve, de muito, muito sangrento".

A família de Abdul Bashir chegou a Portugal vinda da Grécia no final de 2021 com os três filhos, viviam em Odivelas e recebiam apoio e formação no Centro Ismaili, que ajuda a comunidade de refugiados em Portugal.

As vítimas mortais são duas mulheres, de 24 e 49 anos, que trabalham no Centro Ismaili precisamente nos serviços de apoio aos refugiados.

O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ) afirmou hoje que "não há um único indício" de que o ataque tenha sido um ato terrorista, admitindo ter resultado de "um surto psicótico do agressor".

O agressor, hospitalizado após ser baleado pela polícia, não deverá ter alta antes de um período de dez dias e só então haverá condições para ser submetido a interrogatório pelo juiz de instrução, acrescentou ainda o diretor nacional da PJ.

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